sábado, 21 de novembro de 2015

II Open de Alte: MF Viktor Ulyanovskyy venceu invicto!




Com os objectivos de divulgar as actividades da Associação Cultural de Alte e promover a modalidade, no passado fim de semana de 14 e 15 de Novembro, o Núcleo de Xadrez da AC Alte, com o apoio da Caixa Agrícola, da Freguesia, da Escola Profissional e do Hotel de Alte, e da Associação de Xadrez de Faro, organizou o seu II Open de Xadrez em ritmo semi-rápido.




O convite para participação no evento foi dirigido a todos aqueles que estivessem interessados num fim de semana de fraterno convívio e tranquila descoberta do barrocal e da serra algarvia, além, claro, de exigente prática desportiva, tendo a iniciativa sido muito bem recebida por toda a comunidade, quer a xadrezística quer a altense, que respondeu de forma dedicada.




Com efeito, mais de um terço dos 52 xadrezistas filiados na Federação Portuguesa de Xadrez através da Associação de Xadrez do Distrito de Faro participaram na prova, representando os três clubes que se encontram actualmente em actividade no Algarve - a ACAlte, a Academia de Xadrez do Algarve e a Associação Desportiva e Cultural de Faro.

Entre eles, estavam alguns dos mais destacados jogadores do distrito:


João Pacheco, da ADC Faro, campeão distrital em ritmo semi-rápido.



André Dionísio, também da ADC Faro, que no início deste mês representou Portugal no Campeonato do Mundo de Xadrez do escalão sub-16 anos.


António Martins, da AC Alte, campeão distrital de Faro no escalão sub-16.


A estes juntaram-se alguns xadrezistas titulados pela Federação Internacional e pela Federação Portuguesa de Xadrez, tornando o II Open de Alte na prova mais competitiva do ano realizada no Algarve:


Mestre FIDE ucraniano Viktor Ulyanovskyy, do FC Barreirense.


Mestre FIDE Vasco Diogo, da Ass. Académica de Coimbra


Mestre Nacional Carlos Carneiro, da Acad. Xadrez Portugal / Atlantidiagonal


Candidata a Mestre Feminina Sara Monteiro, da Mata e Benfica.



A prova foi bastante eclética, reunindo jogadores de várias nacionalidades (vários portugueses, alguns alemães, uma francesa e um ucraniano) em representação de clubes do centro e sul do país.


O Open jogou-se na Casa do Povo de Alte...


... tendo a arbitragem ficado a cargo do Senhor Amadeu Solha Santos (Ass. de Xadrez de Lisboa) ...


... que foi coadjuvado pelo Senhor Carlos Fantasia Sousa, da AX Faro.



Para agradecer a presença de todos os jogadores que se deslocaram a Alte para participar na prova, bem como a excelente arbitragem, a organização ofereceu, como lembrança, docinhos regionais de doce fino do fabrico caseiro da Doces às Cores, de Loulé. Durante a prova, estiveram disponíveis para todos bolachinhas de aveia e de azeite, e também citrinos produzidos em Alte.


Outros produtos locais (bijuteria, escultura em pedra, artesanato em papel reciclado, costura, bordados e palma) estiveram disponíveis no mercadinho do 3.º sábado do mês realizado de manhã, em que, além de outros, participaram as artesãs «da Torre» que produziram...


... os troféus que premiaram os melhores resultados.


(pormenor do troféu para o terceiro classificado)


O mercadinho fez sucesso entre os participantes e seus acompanhantes que também puderam participar nas visitas guiadas que a Escola Profissional de Alte assegurou, além do secretariado.


Outra iniciativa dos artesãos de Alte foi a realização de tabuleiros de xadrez cuja exposição, na Casa Memória, esteve a cargo de Maya dos Termos, artista alemã que reside em Alte.


Alguns dos tabuleiros expostos.


Um dos conjuntos expostos, o delicioso «Xadrez das três delícias do Algarve», feito com amêndoa, figo e alfarroba, não chegará ao III Open de Alte, uma vez que desapareceu até à última migalha na cerimónia de entrega de prémios.


A abertura da exposição foi precedida de uma procissão cénica em homenagem a S. Martinho, na qual elementos do grupo do Teatro da Estrada da AC Alte leram quadras alusivas à data, e que culminou num magusto à entrada da Casa da Memória.


Alguns dos participantes optaram por recuperar energias pernoitando no Alte Hotel.



Quanto à vertente desportiva, o grande vencedor, invicto, com seis vitórias e apenas um empate, foi o Mestre FIDE ucraniano Viktor Ulyanovskyy.



O xadrez dos de Alte causou boa disposição aos de Faro? :)


... mais certo é tê-los deixado de boca aberta! :P

E não se pense que a tarefa do Luís Botelho, o melhor classificado da equipa de Alte, foi fácil...


... pois o Gunter Diete estava confiante ...


... e concentrado.


A prova estava equilibrada e todos queriam chegar pelo menos aos cinco pontos que permitiam lutar por um lugar no pódio.



Alguns embates pareciam verdadeiros duelos do farwest ao pôr-do-sol.



E os sorrisos de alguns não escondiam o estalar de dedos de outros...


Havia mesmo que não conseguisse reprimir o seu lado mais maquiavélico...


... e lançasse mão de todo o arsenal, incluindo danças voodoo.


O que não deu descanso à arbitragem que não pôde perder a atenção nem por um minuto, tendo ao longo da prova determinado vários resultados em virtude de lances ilegais, gasto integral do tempo disponível e toque de telemóvel.


Sem querer entrar em intrigas, a verdade é que houve um acontecimento estatisticamente estranho, como foi prontamente notado no local:
- Uma jogadora que fez três pontos não deu um único mate nem nenhum dos adversários abandonou - os três resultaram da intervenção directa do árbitro que atribuiu as vitórias quer por lances ilegais, quer por toque de telemóvel. 
E consta que essa mesma jogadora ofereceu um pastel de natal ao árbitro...
Es-can-da-lo-so!



Até a colega de equipa ficou incrédula!


O zunzum chegou às primeiras mesas e os jogadores só conseguiram tapar a boca. A favorita ao título feminino conseguiu permanecer focada no seu objectivo, tendo acabado por garantir o primeiro lugar neste escalão. No entanto, não resistiu à pressão da prima (se 3 pontos não chegam, há que vencer pelo cansaço auditivo...) e deixou o troféu em Loulé, ao cuidado desta. 



Classificação final


Cerimónia de entrega de prémios apresentada pelo Director do Torneio António Martins e que contou com a presença da Presidente da Junta de Freguesia de Alte Sílvia Martins.



Embora seja notório que ainda não sabem fazer pose para as fotos com os prémios virados para objectiva e que tanto esforço lhes põe coisas esquisitas na cabeça, o balanço desportivo foi positivo para os jogadores de Alte:


- O Luís Botelho, que terminou em 4.º com os mesmos pontos do 2.º, esteve ao seu nível, conseguindo uma performance de quase 2100 pontos, mostrando por que é um dos melhores xadrezistas do Algarve;


- O Tiago não conseguiu defender o título conquistado no I Torneio de Alte, mas conseguiu alcançar outro feito assinalável na Casa do Povo de Alte: desta vez conseguiu pontuar, pela primeira vez, contra dois Mestres FIDE, ganhando uma e empatando outra partida, a que impediu o vencedor de fazer um torneio 100% vitorioso;




-  O Kai fez um bom torneio, perdendo apenas com o MF Vasco Diogo e com o Luís Botelho, e empatando com o Konstantin Gotzen na última jornada;



- O António venceu o escalão sub-16, com 3 pontos, tendo apenas perdido uma partida «do seu campeonato», com o Paulo Xavier na última jornada.


- O Bruno Martins, 23.º do ranking inicial, terminou em 17.º, com três pontos, dando bons sinais de capacidade de progressão. Se jogar mais torneios e complementar essa prática com alguns conhecimentos teóricos, poderá ingressar no ranking internacional ainda esta época;



- A Cláudia verificou mais uma vez que a Casa do Povo de Alte é um local muito benéfico para o seu xadrez, conseguindo 3 pontos e uma performance superior a 1450 pontos elo;



- A Françoise mostrou muita garra e dedicação nas suas partidas, tendo lutado bastante. A ida ao bye na segunda jornada fez com que subisse rapidamente e defrontasse jogadores fortes. Tal como o Bruno Martins, se adquirir alguns conhecimentos teóricos de base e jogar mais para ganhar experiência, poderá dar o salto brevemente;



- O Bruno Almeida, tal como o Amarildo Lima, sofreu do «síndrome do organizador». As exigências da competição são elevadas, requerem concentração e dedicação absoluta, mas tal não é possível quando se é responsável por toda a logística da prova. Ainda assim, os dois pontos e a performance superior a 1200 pontos são um sinal de que, noutras condições, o acesso ao ranking internacional está ao seu alcance;



Foi um belo torneio e um fim de semana muito bem passado, fruto da dinâmica do Amarildo Lima e restantes responsáveis do Núcleo de Xadrez da Associação Cultural de Alte.

Já estamos à espera do próximo!!

(Muitas) mais fotos aqui.