domingo, 30 de novembro de 2008

Hoje não há aula!


Aula só para a semana!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Liga dos Campeões


Terminou a primeira edição da Liga dos Campeões do Grupo de Xadrez do Porto.



Aberta a todos os sócios, trata-se de uma competição colectiva jogada em sistema de todos contra todos, a duas voltas. A forma de constituição das equipas estava prevista no regulamento - dos jogadores inscritos, os quatro com mais elo seriam os capitães da equipa respectiva que foi composta por sorteio: os restantes jogadores inscritos foram ordenados por elo em quatro grupos, tendo sido sorteado um jogador de cada grupo para cada equipa até se completarem 4 equipas com 6 jogadores cada.

Cada capitão (Hugo Martins, António Silva, Ariana Pintor e Fernando Cleto) foi o responsável pelo "baptismo" da equipa (respectivamente, Haraja, Os Cavalos Também Se Abatem, Peões Passados e UsarTolas) e pela convocatória dos elementos para cada encontro, sendo que cada jogador teria que jogar, pelo menos, duas partidas durante a prova.



A taça e as medalhas serão entregues durante o almoço de Natal, no próximo dia 14.

16x16 vai mudar




O jornal electrónico especializado 16x16, que foi referido e elogiado pelo ex-Secretário de Estado da Juventude e Desporto Hermínio Loureiro, actual Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, no seu blogue 4 Linhas, vai, de acordo com a introdução da sua última notícia, "suspender a sua actividade. O objectivo é fazer uma profunda reestruturação que garanta a sobrevivência deste projecto inovador e de reconhecida utilidade para a divulgação do xadrez".

O desenvolvimento da notícia, publicada por Fernando Pinho:

"É também altura de referir que o 16x16 extravazou as nossas fronteiras e assumiu um papel relevante em vários países onde a modalidade é muito praticada.

Demos todo o apoio que podíamos a acções que - nos mais diversos domínios - valorizassem o jogo milenar.

Temos a consciência que não fomos perfeitos e que, seguramente, cometemos alguns lapsos. No entanto, não nos faltou a vontade de contribuir para limar arestas e unir os xadrezistas, muitas vezes de costas voltadas uns com os outros.

É absolutamente imprescindível que, neste momento, façamos um agradecimento público aos muitos que nos apoiaram e colaboraram desde a primeira hora.

E queremos fazer um apelo a que os problemas estruturais do xadrez sejam discutidos, procurando-se as melhores soluções para um radioso futuro.

A necessidade de optimizar o suporte humano e técnico do projecto 16x16 impõe que encaremos com frontalidade a necessidade de termos mais apoios, mesmo institucionais.

Até breve.
"

Mais dois desafios


Para 3 pontos cada:

I)

Hochstrasser - Knoflicek
Suiça, 1994
Ref.ª 1201


Jogam as brancas:



As brancas têm uma presença forte na ala de rei e, nesta posição, conseguiram chegar ao Rei negro através de uma combinação vigorosa. Como é que elas chamaram a tuneladora Micas?


dica: as Torres gostam de colunas abertas...

II)


Stean - Schneider
Haifa, 1976
Ref.ª 1501


Jogam as brancas:



Combinação para mate. Como?


Cobertura Vigorosa do Arménia-China

Na reportagem fotográfica da ChessBase, sobre a última ronda das Olimpíadas:



Vigorous media attention for the game Armenia vs China


E, já agora, uma imagem bonita sobre o multiculturalismo no xadrez:



Croácia (30.ª) 2,5 - 1,5 (39.ª) Irão

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Dois desafios para o almoço (editado. respondam outra vez ao 2.º, sff)


Para 3 pontos cada:

A)

Torres e Cavalos
Simacek - Teterev
República Checa, 1998
Ref.ª 1101


Jogam as brancas:



As negras esperam ter algum jogo nas grandes diagonais, especialmente em a8-h1 e a7-g1 que apontam directamente ao Rei branco. Contudo, a zona crítica do tabuleiro é a sua dizimada ala de Rei. Como é que as brancas arrumaram a partida?


Dica: Uma Dama, uma Torre e dois Cavalos para Bispo e Cavalo é muita gente. Como no problema anterior ("inutilizar a defesa"), se vires uma forma hipotética de dar mate, depois é só verificar se é possível inutilizar a defesa.


B)

E, para a sobremesa, um mais complicado (editado. a torre em e1 é negra!):


Para pescar é preciso dar linha...
Karpov - Khalifman
Linares, 1995
Ref.ª 0101


Jogam as brancas:



As brancas posicionaram as suas peças de forma a pressionar a casa f7 e, nesta posição, conseguiram furar com uma boa combinação. Consegues descobrir como é que as brancas disseram "Toma lá que já almoçaste"?


Dica: Com uma Torre na 7.ª, um Bispo na diagonal a2-g8 e um peão em h4, há boas hipóteses de uma entrada fulgurante acabar em mate. Quando temos um lavatório cheio de água e o queremos esvaziar, temos que lá ir tirar a tampa. Aqui, antes de dar mate, também é preciso "destapar" o Rei, trazê-lo para a confusão.

The animals save the planet



Uma sugestão do Nuno.

Mais informações aqui.

Adenda ao post sobre a Fórmula do Sucesso


Em adenda ao último post e, porque não?, interagindo com a dúvida suscitada no Xadrezismo ("A partir daqui, o que passarei a escrever, é tomando como “bom” tudo o que vi no site oficial (o que é um enorme risco, face Às incorrecções que por ali aconteceram em toda a Olimpíada…). Acontece que a partida da Ariana Pintor, regista uma derrota após apenas 18 lances, sem que se perceba o porquê da mesma.Numa posição normalíssima, equilibrada ainda com muito jogo pela frente: o resultado lá está: 0-1!"), um excerto retirado na notícia do site da Associação de Xadrez do Porto sobre a última ronda da Olimpíada feminina:


A MFF Ariana Pintor, desde muito cedo em debilidade física e acompanhada pelo médico da organização, acabou por desistir prematuramente no último jogo e finalizou a sua participação a ser examinada num hospital de Dresden.


A selecção feminina, jogando sem suplente e desde muito cedo na prova com a WFM ARIANA PINTOR, 2º tabuleiro, em debilidade física e acompanhada pelo médico da organização, acabando por desistir prematuramente no último jogo e finalizar a sua participação a ser examinada num hospital de Dresden, arranca um excelente (dadas as circunstâncias) 46º lugar, 3 acima do 49º inicial, fazendo das fraquezas forças para derrotar estoicamente as canadianas por 2,5-1,5, com o resultado desfavorável por 0-1 quase desde o início, fazendo jus à dupla norma para WIM alcançada pela jovem campeã nacional WFM ANA BAPTISTA.

Nunca ficaram a zero, nem quando pela frente estavam selecções como a França, Israel, Cuba, Eslováquia ou Croácia. Os pontos altos foram as vitórias sobre El Salvador por 4-0 e a última, sobre o Canadá, mas também realizaram bons encontros frente a Cuba e Croácia, que perderam ambos tangencialmente.

Já não é a primeira vez que esta equipa presenteia o xadrez português com excelentes vitórias - está na memória de muitos a fantástica vitória sobre a Macedónia na última jornada da Olimpíada de 2006. Funciona unida como verdadeira equipa, mesmo nas condições mais adversas, e já merece uma suplente que possa suprir as suas "lesões" durante as grandes provas.

Sempre com esta equipa nas últimas três olimpíadas (nas duas primeiras a 3 tabuleiros, revesando-se):
2004 - Calviá - 49º lugar (51º à partida) - 48,8 % dos pontos possíveis;
2006 - Turim - 47º lugar (53º à partida) - 51,2 % dos pontos possíveis;
2008 - Dresden - 46º lugar (49º à partida) - 52,3 % dos pontos possíveis (apesar do contexto).


A Ariana está melhor e de regresso.

* * *

E, agora, uma adenda à adenda.




Retirada do xadrezismo - onde estão publicadas, com comentários, outras partidas jogadas pelos jogadores portugueses nas Olimpíadas -, aqui fica a partida jogada pela Ariana na 6.ª jornada, frente à MI Zuzana Hagarova, da Eslováquia.



Com comentários do MI António Fróis, segue o empate alcançado naquele encontro "contra uma jogadora com mais [278 pontos ...] depois de ter uma peça a menos e posição perdida desde o lance 29!!"



Vigorosa, hein? ;)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sucesso = talento + saúde/energia + vontade/espírito competitivo + preparação técnica


Conforme "planeado"(??), as titulares da Selecção Nacional - que se portaram muito bravamente -, participaram em todos os 11 encontros da Olimpíada.

Aqui do lado do senso comum, admito que deva ter sido necessária uma dose impressionante de energia.
É que os resultados da equipa não foram maus e nenhuma das jogadoras folgou, sendo que, neste artigo (que o MI Fróis me recomendou uma vez) de Dvoretsky, sobre as "componentes do sucesso", este reputado treinador cita Botvinnik para identificar 4 factores fundamentais, dos quais consta o "estado de saúde e as reservas de energia".

Continuando a pensar alto, e sendo certo que na Economia é que se conseguem fazer daquelas análises "ceteris paribus", durante a prova, que segui melhor que as partidas, ainda assim pareceu-me identificar alguns deslizes em alguns jogos.


Não se trata de mais um erro informático ostensivo.
Se o diagrama não é exacto, anda muito próximo da posição e do tempo final. E do resultado, pois.


Será que, com o mesmo descanso que as adversárias, isto é, em condições semelhantes, as nossas jogadoras seriam induzidas em erro? Ou, estando mais descansadas, deixar-se-iam cair em apuros de tempo / erros de desatenção, como, por exemplo, dar uma qualidade em um?

Pode ser que, no balanço da prova, os responsáveis escrevam umas linhas sobre a aplicação da teoria de Mikhail Botvinnik aos resultados da selecção feminina (e, já agora, sobre as considerações sobre "o papel do Capitão de equipa", tal como preconizado por Kevin Spraggett no ponto 1.A deste post).

De outro modo: a (regulamentar) presença da Bianca Jeremias poderia ter sido uma mais valia? Nem que fosse, no limite, para "queimar" num dos primeiros tabuleiros de encontros desnivelados, para que as titulares surgissem, nos mais equilibrados, em melhores condições?

Já foi realizado o sorteio para a 2.ª ronda da Taça AXP





Realizou-se ontem à noite, na sede da AXP, o sorteio para a 2.ª ronda da Taça AXP: sábado jogamos em casa e recebemos o Santo Tirso B.


O Núcleo de Xadrez de Santo Tirso (ver blogue), apesar de recente, tem tido um papel relevante na dinamização do xadrez na região norte, muito por causa da extrema dedicação dos seus responsáveis, nomeadamente o Prof. Ricardo Amaral e o Rui Ferreira que além de treinadores, organizadores e árbitros, são também membros dos órgãos sociais da Associação de Xadrez do Porto (Conselho de Arbitragem e Mesa da Assembleia Geral, respectivamente).

Este encontro tem, apesar de ser um GXP D - NXST B, características de derby: as "camadas jovens" do Santo Tirso e a homóloga do Vigorosa partilha(va)m muitas brincadeiras e picardias em todas as provas em que cruzam, pelo que este embate assume quase proporções épicas ao nível do xadrez jovem distrital! :)

Quanto à "apresentação do adversário":


- O clube tem sede própria no Centro Comercial Carneiro Pacheco, em Santo Tirso, que está aberta de segunda a sexta (aos fins de semana depende do calendário competitivo, até porque costumam ir em "comitiva" aos vários torneios que se jogam no distrito).


- Aposta na dinamização e na formação, sendo habituais as preocupações com a qualidade técnica do ensino e com a oferta de torneios, que organiza com frequência, quer internos na sede quer em locais públicos, como é exemplo a simultânea que costuma ter lugar no átrio da Câmara Municipal local, no âmbito da Semana da Juventude. Alguns jogadores formados no NXST jogam actualmente em clubes de âmbito nacional.


- Organiza anualmente o torneio "A Arte da Guerra", preliminar do Campeonato Distrital Absoluto do Porto, no Museu Municipal Abade Pedrosa.


- Também anualmente, organiza o torneio de Natal Conde S. Bento, no Salão Nobre da Escola Agrícola (foto) - ver crónica da edição do ano passado na parte final deste post - e o torneio Espaço à Amizade, na Escola Tomás Pelayo.


Agora as estatísticas para o Senhor Seleccionador :P


A equipa B do NX Santo Tirso tem uma composição semelhante à nossa: muitos jovens acompanhados pelo "chauffer". São eles:

1. Rui Ferreira (1464)
2. Hugo Moreira (1269)
3. Luís Dias (1361)
4. Jorge Dias (1202)
5. Rui Gonçalves
6. Andreia Moreira (1206)
7. João Colaço (1370)

Na primeira sessão, receberam o Dias Ferreira B e, claro, a missão não era fácil. Perderam com os seguintes parciais:

1. Hugo Moreira (1269) 0 : 1 Jorge João Ferreira (2153)
2. Jorge Dias (1202) 0 : 1 Estêvão Gomes (2030)
3. Rui Pedro Gonçalves (0) 0 : 1 Fernando Nora (1863)
4. João Pedro Colaço (1370) 0 : 1 Paulo Teles (1803)

Como quer nós quer eles perdemos na primeira ronda, estão reunidas as condições para um emocionante "derby" "mata-mata"...
Por outro lado, nenhuma equipa tem faltas de comparência, pelo que o critério de desempate é o resultado em tabuleiro superior.
O resto é simples: Quem perder, salta fora!



Mais tranquilas, por terem ganho o encontro inaugural, mas com desafios complicados, a equipa B (8.ª do ranking) recebe a Academia de Xadrez de Gaia A (4.ª), enquanto que a C (16.ª) visita a equipa A do Moto Clube (5.ª).
Finalmente, a equipa A recebe os vizinhos do Millennium BCP.

O emparceiramento pode ser consultado no site da AXP.

Campeão da Europa assina pela AX Gaia

Por Afonsov em Crazy Chess



O Campeão da Europa, de origem russa, naturalizado holandês, GM Sergei Tiviakov, numa rápida visita a Portugal, assina pela Academia de Xadrez de Gaia, clube da Associação de Xadrez do Porto, para jogar o Campeonato Nacional de Equipas, a realizar em Agosto do próximo ano.

Dada a grande competitividade desta prova, a Academia de Xadrez de Gaia reforça-se com um jogador de peso.

O GM Sergei Tiviakov, que recentemente esteve presente, e foi vencedor, do Torneio Internacional de Vale de Cambra, é um excelente profissional que, aos 16 anos, foi Campeão do Mundo do seu escalão.

Vamos a ver qual a resposta da concorrência, para estes campeonatos.

Posted by Afonsov
Foto by Juliana Chiu



Com 2686 pontos é, actualmente, o 36.º jogador do ranking mundial!




Na edição de hoje de O Jogo:

Sergei Tiviakov é a mais recente contratação da Academia de Xadrez de Gaia, que vai ter o campeão da Europa a disputar, com as suas cores, o Campeonato Nacional, em Agosto, além de vários torneios que se encaixem na agenda do xadrezista de origem russa e naturalizado holandês. Tiviakov esteve ontem no Colégio de Gaia, onde o xadrez é ensinado entre o 5.º e o 9.º ano como parte do currículo escolar, e esta parte da visita-relâmpago a Portugal não foi, de todo, o detalhe menor. Antes pelo contrário.

"É muito importante começar cedo no xadrez, a escola é o local ideal para começar, e desenvolver o gosto nestas idades é crucial para o futuro da modalidade e muito importante para a formação das crianças e jovens", disse a O JOGO, ele que começou com cinco anos (os pais, arquitectos, eram amantes do xadrez) e aos 16 já era campeão do Mundo na sua categoria.

Para o grande mestre, que aos 16 anos derrotou o actual campeão do Mundo, Viswanathan Anand, há três requisitos básicos para se ser profissional do xadrez: "Amar o jogo, trabalhar muito e ter talento." A ordem, diz, é arbitrária, "mas, se um falha, não se chega lá", garante.

No Mundo actual, frisa Tiviakov, o xadrez até beneficia bastante com a chamada sociedade de informação. "Estudar o que já foi feito e o jogo dos outros é boa parte do trabalho de um profissional. Actualmente existe uma base de dados com 80 milhões de partidas de xadrez e a cada semana são descarregados para a rede mais cinco mil partidas", comenta.

Como esta dedicação ao estudo é a parte de leão do profissionalismo, Tiviakov não hesita em dizer que dificilmente Karpov, Kasparov, Spasski ou outros grandes campeões do Mundo poderiam vingar nos dias que correm. "Com o jogo que tinham então, não. Mas o mais certo é que eles fossem ainda melhores, atendendo à quantidade de informação a que também teriam acesso."




E no Infordesporto:

Sergei Tiviakov é a mais recente contratação da Academia de Xadrez de Gaia, que vai ter o campeão da Europa a disputar, com as suas cores, o Campeonato Nacional, em Agosto, além de vários torneios que se encaixem na agenda do xadrezista de origem russa e naturalizado holandês.

(...)

Aula prática no bar

Doze alunos dos 250 que frequentam aulas de xadrez no Colégio de Gaia defrontaram ontem o grande mestre Tiviakov e deram a réplica possível, cumprindo brilhantemente a lição número 1: aprender, estudar e, quem sabe, um dia gostar.

Um a um, os "desafiantes" foram caindo, e o último a tombar, depois de entrar como suplente, foi Bruno Figueiredo, docente de Físico-Química na Escola Profissional de Gaia e das aulas de xadrez no colégio.

O mais novo participante do espectáculo que animou o bar do colégio, repleto de curiosos, foi André Mateus, 11 anos, que sonha ser campeão nacional e até há-de ter condições para tanto, "quando conseguir dominar a pressão", segundo explicou o "profe".

Fonte: O Jogo

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Xadrez(ismo) em destaque no Sol




O xadrez está em destaque no site do semanário Sol devido ao blogue Xadrezismo.



Recentíssimo na nossa lista de "Informação" (desde sexta), onde foi parar após a divulgação feita pelo GM Russowsky, na quinta, no seu, também recente, Xadrezices, o Xadrezismo, do qual se sabe apenas ter muita qualidade e não ser do Algarve, é o blogue da semana do Sol:

Com cerca de 2 meses, 72 posts, 69 comentários e 3784 visitas, "É um dos blogues mais cerebrais da comunidade SOL, dedicado sobretudo ao xadrez. Mas entre as descrições de jogadas e os relatos das olimpíadas da modalidade (que estão a decorrer em Dresden, na Alemanha) surgem comentários políticos", pelo que surge destacado na página principal do semanário ao lado do blogue do Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

Xadrezismo "Pretende ser um espaço tão abrangente quanto a vida o é, opinando sobre os temas do dia-dia, que possam ter algum tipo de interesse para quem faça o favor de por aqui passar. Será pois generalista, ocupando provavelmente temas como o que lhe dá o nome um espaço tão relevante quanto os acontecimentos o justifiquem, mas igualmente outros temas de outros desportos, de actualidade politica, social, ou talvez mesmo, alguns que sendo mais pessoais, justifiquem nota pública".

Com um dos melhores acompanhamentos das Olimpíadas na blogosfera nacional (publica partidas dos nossos jogadores anotadas pelo MI Fróis e não esquece o "xadrez em português" de Angola, Brasil, Macau e Moçambique), linguagem cuidada e fotos bem seleccionadas, o Xadrezismo pode já bem ser, apesar da curta vida, o melhor blogue nacional sobre o jogo de Caissa, não se inibindo de comentar a actualidade política.

O autor é anónimo mas a sua "técnica bloguista" indicia que esta não será a sua primeira incursão na blogosfera. E o mesmo se diga quanto ao seu conhecimento xadrezístico pois, embora afirme, num comentário, "não ser a pessoa mais indicada para [dar] umas aulas", ainda assim, uma vez que, apesar de acompanhar o blogue há pouquíssimo tempo, me parece que o autor é recatado, até pelo anonimato, a publicação de alguns conselhos como este (Esperemos que amanhã, não hajam “mossas” dos jogos de hoje, pois todos os jogadores, devem interiorizar neste tipo de provas que em cada dia, só conta esse mesmo dia. E os anteriores, devem ser esquecidos para só se repegarem no momento do balanço final!) apontam para o conhecimento, por experiência própria, d"este tipo de provas".

Que continue com disponibilidade para seguir o xadrez nacional, com a mesma qualidade e frequência, após as Olimpíadas, é o que se deseja!

GMs em todo o lado!


Depois da presença do GM espanhol Ivan Salgado no Torneio Velero sin Enroque, que se realizou neste fim de semana em Guimarães, numa organização dos Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio, a partir do próximo estará na Figueira da Foz um conjunto impressionante de jogadores titulados naquele que se posiciona, uma vez mais, para ser o torneio mais forte da época em Portugal.



Só para terem uma ideia da lista de inscritos, vejam esta amostra dos 15 primeiros:

Kevin Spraggett GM CAN 2597
Anton Kovalyov MI ARG 2571
Dragan Paunovic GM SRB 2532
Oleg Romanishin GM UKR 2532
Zenon Franco GM PAR 2501
Arkadij Rotstein GM GER 2496
Luís Galego GM POR 2484
Vladimir Petkov GM BUL 2484
Rodney Perez Garcia MI CUB 2436
Rui Damaso MI POR 2425
Paulo Dias MI POR 2406
Lanka Ravi MI IND 2371
Nikolai Milchev MF BUL 2362
Aderito Pedro MI ANG 2349
Vera Nebolsina WGM RUS 2340

Impressionante, não é? Mais informações no Xadrezices e no site da prova.

Como se não bastasse, este ano, o Festival de Xadrez da Figueira da Foz dá força ao xadrez feminino. Já era tradicional a simultânea de abertura ser dada por um xadrezista de nível mundial nos escalões júniores. Desta vez, o jogador possuidor desse pré-requisito é uma menina.


A GMF russa Vera Nebolsina, campeã mundial júnior.


Será dia 29 de Novembro, sábado, no CAE, pelas 14:00 que teremos mais um momento histórico: pela primeira vez uma mulher, ainda para mais com um título mundial, dará uma exibição simultânea contra 40 adversários simultaneamente. A Russa Vera Nebolsina é a mais recente estrela do seu país. Natural de uma pequena cidade da Sibéria revelou-se como mais um fenómeno do xadrez vindo da Rússia ao tornar-se campeã mundial de sub 7, vice-campeã do mundo de sub-9 e agora, em 2007, campeã do mundo junior. O seu treino de 6 horas por dia dão-lhe um conhecimento técnico muito elevado ao que se junta um extraordinário talento natural. A simultânea está aberta a todos que queiram tentar bater esta "super mulher" do xadrez mundial. Entre na história do xadrez ao jogar contra uma campeã mundial. Inscreva-se desde já e directamente através do nosso site, ou no próprio dia desde que esteja presente 15 minutos antes do início da simultânea. Atenção que o número de tabuleiros é limitado.


O ano passado a simultânea foi assim


Infelizmente, este ano nem eu nem o Hélder podemos participar na prova. Todavia, não podemos deixar de a recomendar a todos, renovando o que já dissemos antes, relativamente à edição do ano passado:

"Este torneio foi claramente, em termos de condições logísticas, força de jogo dos adversários, nível de arbitragem e capacidade organizativa, um dos melhores torneios - senão mesmo o melhor - em que já participámos.

Para quem gosta de jogar xadrez, já não basta "ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro". Também tem que jogar o Internacional da Figueira.

É provavelmente o melhor torneio do país e merece todos os esforços de participação
."





O IV Festival de Xadrez da Figueira da Foz é um dos maiores e melhores da época.
Constituído por uma conferência do revolucionário Edmundo Pedro (que aprendeu a jogar xadrez durante os nove anos que passou no Tarrafal com outros perseguidos políticos) e uma simultânea dada pelo jovem prodígio da República Checa, Jiri Kociscak - 13 anos, 2223 pontos elo! -, o Festival, que na cerimónia de abertura, em que se fez uma sessão evocativa do Fado de Coimbra, teve direito a honras televisivas e à presença dos edis locais e da actriz Inês Castel-Branco, "apreciadora de xadrez e da Cidade da Figueira da Foz" [fonte: organização], tem como ponto alto a IV edição do Torneio Internacional.

Neste torneio, que decorreu de 27 de Outubro a 4 de Novembro nas instalações do Casino da Figueira da Foz, participaram alguns dos melhores jogadores nacionais, além de vários profissionais. De tal modo que este é o único torneio realizado em Portugal que, no fim das suas nove sessões, pode atribuir normas de Mestre Internacional e Grande Mestre. Não sendo, pois, de estranhar que seja "considerado o melhor torneio português de sempre" por alguns [cfr. jornal O Figueirense, 26-10-2007].




E no meio do turbilhão houve dois vigorosos (Helder e Tiago Pinho) a aproveitar a oportunidade quase única de defrontar jogadores de outra galáxia numa partida oficial em ritmo clássico...

Clica aqui para veres a crónica da edição do ano passado.

Mas, neste período, nem só de "importações" vive o xadrez nacional ao mais alto nível. O GM António Fernandes é o convidado de honra nas celebrações do 21.º aniversário da Associação de Xadrez de São Vicente (Cabo Verde), conforme noticia o portal Alfa Comunicações.

Inutilizando a defesa...


Como nos próximos meses vou estar um bocado afastado das aulas - os responsáveis serão o Hélder e o Gonçalo -, vai passar a haver muitos desafios que não serão revisões.

Estes problemas, mais difíceis, valerão 3 pontos.

Aqui fica o primeiro, retirado da partida Szabo-Ree, jogada em Amesterdão, no ano de1975. (Ref.ª 0501)


Jogam as brancas:



Como é que as brancas exploraram a sua superioridade na ala de Rei?


Dica: Em jogos a sério, não há posições "pronto-a-sacrificar". Como as partidas começam todas com as peças na posição inicial, se vires um tema de mate, tens que te assegurar que o adversário não tem possibilidade de defesa. Assim, muitas vezes, o primeiro passo é mesmo impossibilitar a defesa do adversário e, só depois, concretizar o ataque.

domingo, 23 de novembro de 2008

Ana Baptista alcança dupla norma para Mestre Internacional Feminina

Nos últimos dias, as Olimpíadas não têm tido aqui grande destaque, uma vez que há vários sites a fazer excelentes coberturas.

No entanto, esta informação publicada no site da Associação de Xadrez do Porto não tem tido muita divulgação, de maneira que aqui fica:

Está de parabéns a campeã nacional WFM ANA BAPTISTA que, no 3º tabuleiro da selecção feminina portuguesa, alcança, com a vitória de hoje [9.ª jornada, dia 22, contra a República Dominicana], os pontos necessários para norma para WIM, que vale por duas nesta Olimpíada. Restar-lhe-á alcançar mais uma norma e a fasquia dos 2200 pontos de Elo para obter esse título da FIDE.



Mestre Fide Feminina Ana Baptista

É a actual Campeã Nacional e lidera o ranking feminino. Nasceu em Lisboa, em 1990, e representa o Ginásio Clube de Odivelas. Em 2000, foi a 5.ª classificada no Campeonato Mundial Sub-10. Em 2003, foi Campeã Europeia Sub-14. Foi 7 vezes Campeã Nacional Feminina e 3 vezes Campeã Nacional Absoluta nos escalões jovens. Tem vários títulos distritais femininos e absolutos em Lisboa. Participou em 7 Campeonatos do Mundo Femininos nos escalões de formação e em 2 Campeonatos de Jovens da União Europeia. Integrou a Selecção Nacional em 2 Olimpíadas e ficou em 2.º lugar no Torneio de Honra de 2004.

E para a conhecer um pouco, aqui fica a entrevista que deu ao 16x16:
A curiosidade pelo xadrez levou-a a entrar na modalidade. Gostou e de torneio em torneio a jovem Ana Baptista nunca mais parou. Hoje é campeã nacional feminina e detentora de um palmarés inusitado, no país e além-fronteiras.
Não pretende ser profissional de xadrez, mas confessa que gostaria de alcançar o título de grande-mestre feminina.
E o xadrez em Portugal? Como está? O que deveria ser feito?
Entre outras observações afirma, em entrevista ao 16x16, que deveria haver mais crianças a aprender xadrez na escola, sendo certo - na sua opinião - que a gestão da política de apoios à modalidade não é a melhor.

O que a despertou para a prática do xadrez?
Na escola primária que frequentei havia aulas de xadrez dadas pelo Luís Reynolds. Tive curiosidade em saber o que era o xadrez e fui lá. Gostei do jogo e continuei a ir e comecei a entrar em torneios...

Não é habitual, na sua idade, ter um palmarés invejável como o seu…
Na minha idade, em Portugal não e habitual, à excepção do Ruben Pereira que tem um palmarés bem mais invejável que o meu. Mas noutros países em que o xadrez é mais apoiado e visto de uma maneira mais séria é bastante comum.

Sagrar-se campeã nacional feminina é apenas mais um título ganho ou é a confirmação de uma atleta para o futuro em termos internacionais?
Penso que ter ganho o último campeonato nacional feminino apenas confirma que naquele torneio eu era a que estava a jogar melhor, era a que estava em melhor forma.

Quais os objectivos máximos que espera atingir como jogadora de xadrez?
O que espero do xadrez, uma vez que não tenciono ser xadrezista profissional, é continuar a jogar porque é uma coisa que me dá imenso prazer e esforçar-me sempre ao máximo em cada partida e ir aprendendo sempre mais e jogando melhor. Um dos objectivos que gostava de alcançar é o título de grande mestre feminina.

Imagine-se hoje a Ana Baptista sem o xadrez… Como se sentiria?
O xadrez é muito importante para mim. É algo de que gosto muito de fazer e não me quero imaginar no futuro sem jogar xadrez. Apesar de não tencionar ser jogadora profissional, como já referi, quero continuar a praticar e/ou a ensinar ao longo da minha vida.

Tem sentido apoio da família no seu percurso de xadrezista?
Sim, desde o início. Tanto dos meus pais como dos meus avós.

Quais os momentos mais marcantes na sua carreira?
Os momentos que mais me marcaram no meu percurso xadrezístico foram os empates em simultâneas com o Topalov e, principalmente, com a Judith Polgar porque é a jogadora que mais admiro, além do 5º lugar no mundial de sub-10 feminino, o 1º lugar no campeonato da união europeia de sub-14 feminino, a vitória no campeonato nacional feminino e o 3º lugar que obtive agora em Montenegro no europeu de sub-18 feminino de semi-rápidas.

Qual a importância da participação em competições internacionais na melhoria da sua «performance» como jogadora?
As provas internacionais permitem-me defrontar jogadores de nível bem superior ao meu e como as que costumo jogar são os europeus ou mundiais ou campeonatos da União Europeia de jovens em que vou pela Federação Portuguesa de Xadrez, pelo menos naquele tempo em que decorre a prova tenho treinos e posso preparar as partidas com mestres, o que me permite aprender sempre imenso.

Pensou alguma vez integrar a selecção nacional feminina? Esse é o primeiro objectivo de qualquer jogador?
Não sei se é o primeiro objectivo... O meu, por exemplo, foi ganhar ao meu pai. Mas penso que qualquer jogador ambiciona um dia representar o seu país e lembro-me que um dos meus primeiros objectivos era esse mesmo e fiquei bastante feliz quando em 2004 o pude fazer nas Olimpíadas de Palma de Maiorca.

Qual a vitória que lhe deixa melhores recordações?
A vitória que me deixou melhores recordações foi frente à xadrezista chinesa que venceu o mundial de sub-10 feminino no ano em que fiquei em 5º lugar.

Que leitura faz da evolução do xadrez em Portugal?
O xadrez em Portugal ainda está muito atrasado. Não há grande tradição de xadrez em Portugal, como há, por exemplo, no futebol. Já há algumas escolas onde se ensina xadrez mas é necessário que haja mais crianças a aprender xadrez na escola, mais clubes, mais apoios e a criação de escolas de xadrez. Hoje em dia, o xadrez assenta na internet, nas competições oficiais e menos nos clubes.

O quadro competitivo no país está bem delineado?
Na minha opinião, o quadro competitivo não está bem delineado e a prova disso é a confusão que está gerada em torno das selecções. Os critérios são maus e mal pensados. O facto dos campeonatos de jovens terem jornadas duplas é mais um argumento.

Como vê a política de apoios ao xadrez português?
Para além de haver poucos apoios, a sua gestão não é a melhor.

Os planos de desenvolvimento da modalidade estão bem estruturados?
O plano de xadrez de Lisboa que, na minha opinião até estava bem estruturado, acabou. Os outros desconheço.

Sábado, fez-se a festa da Taça no GXP!


Sábado passado, jogou-se a primeira ronda da Taça AXP. Três das quatro equipas do Grupo jogaram em casa, mas a sala encheu também com a presença da equipa Pontex, o Núcleo de Xadrez da Escola da Ponte (Vila das Aves), e com alguns sócios que, além de assistirem aos encontros, seguiram as Olimpíadas e jogaram, claro, algumas partidas...


À esquerda, o encontro GXP B - GXP D, com os vigorosos Nuno e Rui ainda na luta em que acabaram por garantir dois excelentes empates, como se noticia noutro post. Mais próximo da câmara, paralelas à parede do fundo, ficam 4 mesas onde se disputou o GXP A - Pontex, uma delas aqui ocupada pelo André que iniciava a análise da sua partida. No outro conjunto de mesas, alguns sócios jogam umas partidas. Mais à direita, a atenção é dada ao computador através do qual se seguiam as partidas das Selecções Nacionais nas Olimpíadas de Dresden.




Foi com prazer que, passados uns 8 anos, voltei a "vestir a camisola" do Grupo. Ainda por cima, o jogo foi duplamente simbólico, pois os nossos simpáticos adversários são de um clube recém-formado, o Núcleo de Xadrez da Escola da Ponte, uma escola cuja cara mais conhecida é o Prof. José Pacheco, que, se nunca ouviram falar, devem visitar.
Ainda quanto a primeiras visitas, o meu oponente, o Filipe Jacinto, jogou comigo a sua primeira partida oficial, o que deve fazer de mim uma espécie de padrinho ocasional neste mundo do xadrez, o que não deixa de ser uma séria responsabilidade. :P

Infelizmente, as coisas não começaram bem. O aniversário de um familiar meu motivou um almoço especial que se alongou mais do que o esperado, e o resultado foi o Filipe apanhar uma seca de uns bons 40 minutos! :/ Ainda por cima, quando iniciámos a nossa partida, a equipa dele já estava a perder 3-0, o que poderia ter sido desmotivador para ele...



Todavia, não só o Filipe jogou muito melhor do que era expectável para alguém que jogou a sua primeira partida oficial, como mostrou alguns pormenores, como, por exemplo, o facto de estar razoavelmente à vontade com a notação algébrica num tabuleiro sem identificação das filas e colunas.

Além de muito simpático - felizmente desculpou-me o atraso -, o Filipe mostrou capacidade de concentração durante a maior parte do jogo e, no final, teve paciência para analisar comigo a partida. Se gostar de jogar xadrez, mantiver esta atitude nas partidas e continuar a estudar o jogo com os colegas de equipa, parece-me ter potencial para obter bons resultados no seu escalão sub-12.

Apesar de ter jogado os primeiros lances "como manda o livro", uma imprecisão no 8.º deu-me vantagem. Nesse lance, fez roque, o que normalmente é bom, mas naquela posição em concreto, permitiu que eu tomasse conta do centro (o que é sempre positivo) e empurrasse os seus cavalos para as bordas do tabuleiro, o que raramente é recomendável.

Acho que aquele 8.º lance foi o primeiro momento crítico da partida. Mas, até para a posteridade, vejamos melhor a primeira partida oficial do Filipe Jacinto, do PonteX, o clube de Xadrez da escola da Ponte:



A equipa A do Grupo venceu, assim, a PonteX por 4 - 0, com vitórias de António Silva, Fernando Cleto e Américo Moreira sobre, respectivamente, Albino Ribeiro, Paulo Topa e Jorge Pereira.

Por sua vez, a equipa C do Grupo foi a Alfena bater a equipa local também pela margem máxima, com os parciais 1. Hugo Soares (0) 0 : 1 Alexandre França (1627), 2. António Bastos Pintor (1303) 0 : 1 José Manuel Costa (1608), 3. José Bastos Pintor ( 1277) 0 : 1 José Manuel Lopes (1606) e 4. João Bastos Pintor (1097) 0 : 1 Augusto Moura Pires (1462).

No próximo sábado há mais!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Xadrez e Poker II


1.

No xadrez sou um neca, mas tenho umas noções. De poker, tirando a maior parte das regras, não sei nada, apesar de o Pedro Rodrigues, que também era croupier, ter dado, de vez em quando, umas lições à malta, especialmente ao Bruno Guinapo, em casa dele.
De qualquer modo, muita gente diz que há pontos de contacto entre os dois jogos, e eu acredito :) Até porque, ao que consta, aqui nas redondezas há um clube de xadrez - como o outro, não vou dizer o nome mas é de Matosinhos :P - onde o poker tem tido crescente aceitação.


Além de que têm surgido vários exemplos de xadrezistas razoáveis que viraram reconhecidos jogadores de poker. Veja-se o caso do Mestre Fide Ylon Schwartz (2400), na imagem, que ganhou 3.78 milhões de dólares.

Aliás, há uns meses, o Caramez (do tal clube de Matosinhos) apontou-me um artigo do GM Oleg Korneev, publicado no Ajedrez Madrid, em que este autor tentava defender os seus interesses, o de um xadrezista de alto nível. Em comentário ao post, eu casquei um pouco na posição do GM, o Pedro, com experiência nos dois lados, veio dar algumas razões pelas quais as pessoas admitem com maior facilidade pôr dinheiro no poker que no xadrez e o Arlindo Vieira denunciou a cartelização do xadrez lá no topo.

Na parte final do seu comentário, o Pedro escreveu uma coisa a que, na altura, não liguei:

Quanto a comparar o incomparável, parece-me mal, ainda mais o xadrez com o poker, se ainda fosse ao bridge... mas desse eu não posso ajudar em nada.
Curiosamente o torneio que aqui falado é o European Poker Tour de Barcelona onde dois Portugueses foram ao prémios e curiosamente um penso que é ex-jogador de xadrez, o Pedro Barbosa arrecadou €14.900, que não se compara em nada aos €115.000 que ganhou quando venceu o Unibet Open de Madrid.


Afinal, apesar de tudo, era só um português, chamado Pedro Barbosa, que tinha jogado xadrez e agora "dava cartas" no poker, mas não era croupier. Ora, Pedro Barbosa eu só conheço o da bola, do Sporting...



2.

Anteontem, nos comentários ao post sobre o Nacional de Jovens em ritmo semi-rápido, apontei a imagem que está aqui em cima ao J..., para ver se ele reconhecia o local. Originalmente, a foto foi publicada num post sobre uma partida que joguei com MN José Padeiro e, aí, vinha acompanhada da seguinte legenda:

Num Campeonato Nacional de Jovens jogado, salvo erro, em Silves, em meados de 90.
O Padeiro analisa com o Quintã. O Rui Guimarães está ao centro e, entre ele e o Quintã, está o João. Por trás, de perfil, o Rui Branca.


A malta no xadrez passa horas uns à frente dos outros, muitas mais nos mesmos locais, mas a maior parte das vezes, apesar de se cruzarem com uma frequência enorme, não passam das palavras de circunstância. Embora possamos, genuinamente, sentir amizade uns pelos outros, somos, na verdade, uns "conhecidos", já que somos incapazes de dizer 2 coisas extra-xadrez sobre aqueles amigos.

Quanto aos da foto, o Padeiro continua em grande nível, agora no Moto Clube. O (Daniel) Quintã estudou no Minho e ainda aparece de vez em quando, nas equipas do Dias Ferreira. O Rui Guimarães estudou em Inglaterra e o Rui Branca num país da Europa de Leste, salvo erro. O João (Barbosa) andava na FEUP e perdemos contacto depois de o messenger destronar o mIRC. A última vez que o vi foi provavelmente há anos, no bar do CDUP, onde ele estava a dedicar-se ao bridge, depois de ter sido um dos melhores jogadores de xadrez do distrito, nos primeiros escalões de formação. Onde? Não digo, mas acho que era no clube de Matosinhos (site, vale a visita)...

Estão a ver a cara (de puto) dele ali em cima, o segundo a contar da direita?

3.

Agora vejam este vídeo, em que um jogador de poker é entrevistado sobre um misterioso "bloquinho" que "serve para apontar as jogadas, para mais tarde analisar, que ajuda a estar mais concentrado". Não é preciso falar com a malta do CSI para ver o "positive match"!


Claro que o bluff faz parte deste jogo e ele lá vai dizendo que não tem experiência para apontar os lances nem sabe muito bem o que fazer com essa excentricidade (isto até parece [mesmo] o EuroMilhões :P)... e o jornalista lá acreditou que ao ex-jogador de xadrez ainda "lhe falta um bocadinho do método". =D =D


4.

Mas... Esperem lá! O entrevistador, no início do vídeo, disse "Estamos aqui com o João Barbosa que está a fazer um excelente torneio, depois da vitória em Madrid"??

Será que o Pedro, no comentário ao post do GM Korneev, teve um lapsus calami? Ele escreveu sobre um Pedro Barbosa, mas será afinal João Barbosa, o João Barbosa?


5.

João Barbosa entra para a Equipa Unibet, em Pokerpt.com.

A Equipa Unibet consegue mais um grande reforço para a sua equipa, acrescentando o nome de João Barbosa a André Wade Santos e Ricardo Lostlucky Sousa.

João culmina assim um ano recheado de belas prestações onde se destaca a vitória no Unibet Open Madrid 2008, em Maio passado. Vitória que na altura lhe rendeu €105.000.

Com a entrada na Equipa Unibet João tem já a presença garantida nos maiores torneios do poker Mundial, WSOP e todas as etapas da European Poker Tour. João como baptismo da entrada na nova equipa já pode ser visto este fim de semana no Du Art Lounge no Casino do Estoril, jogando pela Unibet no Betfair Poker Open - Estoril 2008.


Pois é, não dúvida!
Aquele "Pedro" Barbosa que o Pedro pensava ter sido jogador de xadrez e participou na prova a que se referia o GM Korneev, o "European Poker Tour de Barcelona onde dois Portugueses foram ao prémios e curiosamente um penso que é ex-jogador de xadrez, o Pedro Barbosa arrecadou €14.900, que não se compara em nada aos €115.000 que ganhou quando venceu o Unibet Open de Madrid", é mesmo o João Barbosa que, afinal, só ganhou € 105.000,00 =D

E se dúvida houver, liguem para o CSI:


6.

Vem tudo isto a (des)propósito porque, esta manhã, enquanto tomava o pequeno-almoço no café, folheei O Jogo...

E agora já sabem quem é a "Nova Estrela" apresentada na página principal do site do jornal que está online neste momento - «João Barbosa: De informático a campeão de poker»:

Foram as andanças pela rede, ou não fosse engenheiro informático, que levaram João Barbosa ao encontro do póquer, jogo onde é hoje, ao fim de pouco mais de três anos de prática, uma estrela de nível internacional. Daí que anteontem, no dia do seu 26º aniversário, tivesse ganho o PoKerStars.com European Poker Tour de Varsóvia, na Polónia, amealhando um prémio de 367 mil euros. Alegria dupla para este portuense, que na presente temporada já soma mais de meio milhão de euros de prémios nos diversos torneios em que tem participado a nível europeu.

Numa modalidade em que a matemática é importante, a par da estratégia e da observação, outros pressupostos que podem definir um bom jogador, Barbosa não esconde que desde miúdo se deu bem com os... números. "Sempre fui muito bom aluno a Matemática e claro que no póquer isso acaba por ser importante", reconhece o campeão.



É também uma pessoa bastante calma, embora agressivo quando se trata de fazer apostas na mesa, na tentativa de derrotar os adversários. "Nunca fui pessoa de perder a calma, mantendo sempre a concentração. De igual modo, não reajo efusivamente mesmo a situações favoráveis ou momentos de alegria e esse controle talvez seja uma vantagem...".

João Barbosa, que deixou a engenharia informática para se dedicar em exclusivo ao póquer, integrando a Equipa Unibet, não se arrepende da opção tomada em nome de uma carreira à volta das cartas. "Claro que tem valido a pena apostar a tempo inteiro no póquer, não só pelo dinheiro ganho, mas também pela experiência adquirida. Sou uma pessoa que viaja bastante nesta profissão e essa disponibilidade agrada-me ", explicou.




Para saber mais, podem ver o site da equipa Unibet, onde se pode ler que "A Unibet tem o prazer de anunciar que o seu jogador João Barbosa (equipa Unibet), ganhou um dos torneios mais prestigiosos do ano, o EPT de Varsóvia. Estamos muito orgulhosos deste feito, não só por ser o primeiro jogador da Unibet a ganhar um EPT mas também por ter sido o primeiro português a fazê-lo...e de que forma!"

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Inteligência Emocional

Por MI António Fróis no seu blogue pessoal (imagens acrescentadas)


Cabeça e/vs Coração


Num xadrezista em competição a questão do auto–controlo das emoções é muito importante. O xadrezista tem de ter uma consciência emocional forte que lhe permita reconhecer os seus estados de espírito e o impacto do seu nível de emoção durante a partida.
O xadrezista tem de revelar determinadas competências emocionais que o habilitam gerir emocionalmente as relações consigo mesmo, com o adversário e com o facto de estar numa sala de torneio com muitas outras pessoas, ou seja jogar em público.

O que é a Inteligência Emocional?

“Capacidade de reconhecer os nossos sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções em nós e nas nossas relações“.

“Sem as emoções para nos orientar, o raciocínio não tem princípios, nem poder”.

As 5 Componentes da Inteligência Emocional

Competências Sociais:


Auto-Conhecimento:
Definição: Capacidade de reconhecer e compreender estados de espírito, emoções, sentimentos, e compreender qual o efeito destes aspectos em si e nas outras pessoas e sobre as outras pessoas.
Características: Auto-confiança; capacidade de Auto-avaliação e capacidade para rir de si mesmo .



Auto–Controlo:
Definição: Capacidade de controlar ou redireccionar impulsos e estados de espíritos perturbadores. Propensão a pensar antes de agir.
Características: Confiança e integridade; bem-estar na ambiguidade e mostrar abertura a mudanças.



Auto–Motivação:
Definição: Paixão pelo trabalho por motivos que não seja o status ou o dinheiro.
Propensão a perseguir os objectivos com energia e persistência.
Características: Forte impulso para alcançar objectivos; optimismo diante do fracasso; comprometimento com a evolução da carreira como xadrezista.

Competências Sociais:


Empatia:
Definição:
Capacidade de compreender a constituição emocional dos outros. Habilidade para tratar as pessoas de acordo com as suas reacções emocionais. Capacidade para nos colocarmos no "lugar do outro".
Características: Facilidade na aproximação e no estar com os outros; elevação da capacidade de compreensão e de sensibilidade para a consciência da importância do outro.


Sociabilidade
Definição:
Competência para gerir relacionamentos e afirmar laços com os outros; Capacidade de encontrar pontos em comum e cultivar afinidades.
Características: Eficácia para liderar a mudança; mostrar persuasão; experiência em construir equipas de trabalho, geri-las, prepará-las e liderá-las.


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dia Mundial do Xadrez

Por Rui Ferreira no Blogue do Núcleo de Xadrez de Santo Tirso


Hoje, dezanove de Novembro, comemora-se o Dia Mundial do Xadrez, dia de aniversário de José Raul Capablanca.

Nasceu em Havana a 19 de Novembro de 1888, o único sul-americano campeão do mundo, faleceu a 8 de Março de 1942 em Nova Iorque.

Capablanca é referido por vários historiadores da modalidade como o "Mozart do Xadrez", uma vez que o seu brilhantismo desde cedo se evidenciou. Com apenas doze anos derrotou o campeão de cuba e foi campeão mundial de 1921 a 1927.




No Núcleo de Xadrez de Santo Tirso, o dia foi assinalado com um torneio de rápidas, jogado ontem.




Por cá, a nossa celebração passou por uma visita (quase de médico) à sede, ao fim da tarde (Tiago, Hélder, Gonçalo), e, à noite, o Tiago e o Rui foram jogar as Rapidinhas das 4.ªs-feiras no Moto Clube.

Dada a ausência da Juliana Chiu, não há foto para documentar este dia histórico em que, pela primeira vez num torneio, um vigoroso elemento da turma venceu o monitor. Aconteceu logo a abrir, na primeira jornada, e aqui fica o registo:

Tiago 0 - 1 Rui
Isto vai...


No blogue do MCP, podem ler-se algumas das incidências do torneio:
"Estas reuniões de xadrez têm vindo a ficar cada vez mais competitivas e a prova disso tem a ver com o "caso" da jornada!!!
Decorria a 7ª ronda, e no emparceiramento calhou o jogo decisivo para a obtenção do 13º e 14º lugares entre a Sãozinha (que continua a participar muito desportivamente nestes nossos torneios sempre que o número de participantes é impar!!!) e o Manuel Pedroso.
Ninguém estava a contar com o que viria a acontecer no final da partida, com larga discussão sobre lances ilegais, quem era o vencedor,e os ânimos a exaltarem-se ao máximo...
".

(O Manuel Pedroso deu xeque, a Sãozinha não defendeu, o Manuel jogou e manteve o xeque, a Sãozinha contestou deixando o Rei atacado, o Manuel replicou e o xeque lá continuou, a Sãozinha treplicou e as coisa lá continuou na mesma até que se deram conta, já quase em apuros, e aconteceu o que podem ler em cima)

E, para a história, aqui fica a verdadeira classificação final:

1º-IGOR KOVTUN..........13
2º-LUIS ARAUJO..........12
3º-TIAGO PINHO..........9,5
4º-ANTÓNIO MENDES.......9
5º-NUNO FERREIRA........8
6º-RUI WANG.............7
7º-MÁRIO FERNANDES......6
8º-ANÍBAL NOGUEIRA......6
9º-AFONSO DUARTE........5
10º-INÊS FERREIRA.......5
11º-DIANA NOGUEIRA......4
12º-JOSÉ SILVA..........3
13º-MANUEL PEDROSO......2
14º-SÃOZINHA............0,5

(a Sãozinha empatou, meritoriamente, com o Tiago, na última sessão)