terça-feira, 14 de abril de 2009

O que é que "deu muitas alegrias e algumas tristezas" ao Senhor Ministro da Administração Interna?



Rui Pereira, Ministro da Administração Interna, 53 anos, é licenciado em Direito, deu aulas de penal e processo penal na Clássica de Lisboa, foi advogado e assessor no Tribunal Constitucional, onde foi magistrado.

Anteontem, numa típica reportagem de domingo, o Correio da Manhã apresentou um objecto pessoal escolhido pelo Senhor Ministro...

Objecto de... Rui Pereira
Deu muitas alegrias e algumas tristezas

Por Marta Martins Silva

O ministro da Administração Interna começou a jogar xadrez em tabuleiro de cartão. Na adolescência contou o orçamento e comprou este. Até hoje.



O incentivo do padrinho sentou o ministro da Administração Interna 'aos oito, nove anos' frente ao tabuleiro de xadrez e ajudou a mover as primeiras peças nos tempos livres da infância. No duelo que o jogo implica esgrimem-se argumentos. E é isso que lhe agrada. Melhor, também é isso que agrada a Rui Pereira. O governante também possui (vários) argumentos que explicam, sem grande confusão, o gosto que nutre pelo jogo. 'Luta leal. Impossibilidade de batota. Não necessitar da intervenção da sorte. É isso e a infinita capacidade de combinações que me atrai'. No dia em que o primeiro tabuleiro 'a sério, com peças de madeira' lhe sorriu da montra de uma conhecida papelaria da Baixa lisboeta tratou de contar os trocos. 'Tinha 12 anos e fiz contas de cabeça à minha mesada porque era relativamente caro. Estava de férias em Lisboa nessa altura e lembro-me que fiquei apaixonado à primeira vista'. Sucederam-se os duelos – que até aí se faziam 'em tabuleiros de cartão com peças de plástico da Majora' – com diversos ‘adversários’. O padrinho de quem foi discípulo no xadrez. O irmão mais velho 'que não ficava muito bem disposto quando perdia' com o benjamim. Os amigos da faculdade. Muitos se sentaram frente-a-frente com Rui Pereira nesta 'réplica de batalha sã' que tanto apraz ao ministro de Sócrates.

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'A última vez que joguei – Rui Pereira continua a usar o mesmo tabuleiro – foi com um colega do Governo, o ministro Mário Lino'. Os deuses guardam em segredo o desfecho da partida, mas o governante confessa que já teve 'mais prazer e mais tristeza com as vitórias e derrotas do que hoje'. Uma coisa, no entanto, permanece inalterada desde os tais 8, 9 anos que tinha quando aprendeu a mexer as peças e a traçar a melhor estratégia: 'Ainda gosto de ganhar e prefiro ganhar a perder'.

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O tabuleiro tem 'cerca de 40 anos' mas o estado de conservação em que se encontra denuncia uma qualidade de Rui Pereira: 'Não tenho mau perder, senão ele não estava tão bem', graceja o ministro de 53 anos, assumindo que nunca levou o xadrez mais longe do que um hobbie. 'Houve uma altura em que comprava umas revistas mas agora já não. Não sou um jogador exímio nem profissional mas confesso que a vitória em condições difíceis no xadrez tem um prazer significativo'. Hoje, diz ter 'uma posição mais distendida' e que joga menos do que costumava. Mas recorda que a primeira vitória 'ainda é do tempo dos tabuleiros de cartão'. E acrescenta, com humor: 'Foi com pessoas igualmente inábeis'.

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