(imagens acrescentadas)
Relembre-se do momento em que aprendeu a jogar xadrez. Foi a sua mãe ou o seu pai que o ensinou? Talvez um avô? Ao longo dos anos tenho ouvido, de várias pessoas, muitas estórias maravilhosamente aconchegadoras da sua introdução ao xadrez. Essas memórias são acarinhadas até à idade adulta, o que mostra que o xadrez é uma experiência que cria laços.
O meu pai ensinou-me a jogar quando eu tinha 9 anos. Eu tinha um fascínio por aqueles tabuleiros montados, espalhados por toda a sala de estar, cada um com a sua posição. Ele gostava de uma coisa chamada "xadrez pos correspondência", através do qual jogava, através do correio, com pessoas que viviam em muitos locais exóticos e distantes. A maior parte dos seus adversários viviam na Rússia, pelo que cada jogada demorava meses a chegar.
O dia em que um postal chegava, com o seu selo intrigante, era sempre excitante. Vinha com aquele código misterioso, só conhecido pelos jogadores de xadrez, que indicava ao meu pai o próximo lance.
Apaixonei-me rapidamente pelo jogo e quando venci o meu pai pela primeira vez rapidamente decidi experimentar um torneio. Apesar de o meu pai estar mais interessado na correspondência, acompanhou-me na minha primeira prova para que eu não estivesse sozinha.
A primeira coisa que notei, naquele pequeno torneio do Connecticut, foi que eu era a única rapariga e a única criança. Era um pouco intimidante mas como o meu pai estava lá também, não fazia mal. Pouco tempo depois já estava mergulhada nos meus jogos, imersa na batalha, desejosa de conquistar o meu adversário e esquecida que as previsões estavam claramente contra mim.
Não tenho a certeza de quem ficou mais surpreso e contente, se o meu pai ou eu, quando terminei no segundo lugar.
Já adulta, tirei um ano para viajar pelo país e jogar em competição. Quando participei no Open de Nova Iorque, o meu pai apanhou um comboio e veio do Connecticut para me ver jogar. Após cada jornada, discutiamos sobre os melhores e os piores momentos, analisavamos o meu jogo e ele por vezes mostrava o seu desagrado pelas minhas opções (especialmente quando optava por especular, sacrificando).
Claro que a maior parte das pessoas não chega ao nível de competição, mas mesmo assim não deixa de ser uma incrível experiência que une as pessoas. Quer levando um tabuleiro para o campismo ou para a praia, quer ficando em casa e ter um tempo para a família depois do jantar, não há nada como o xadrez para aproximar as pessoas.
Actualmente, na idade da televisão e das consolas, não seria maravilhoso ver famílias a jogar xadrez umas com as outras? E, imagine só por um momento, onde poderão as nossas crianças chegar se ganharem a confiança que as vitórias no xadrez dão.
Para alguns dos pais que me leiem, o primeiro passo pode ser aprender como jogar. Não é difícil aprender as regras e eu posso ensinar-vos as estratégias fundamentais numa hora ou duas. Se o vosso filho sabe jogar, aprendam com ele. Se nenhum sabe, procurem a ajudar de um treinador. É para isso que nós estamos aqui.
2 comentários:
cria laços, sim :) e às vezes birras e amuos :)
pois é =D
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