A sexta e penúltima jornada do Distrital Colectivo, disputada na última sexta-feira, opôs a nossa equipa à C do Moto Clube.
O calendário reservara-nos duas últimas jornadas de fogo: além deste encontro, já sabiamos que na última jornada nos espera o Dias Ferreira G, outra candidata ao apuramento, ou não fosse a número 1 do ranking inicial, com um elo médio de 1926 pontos!
Todavia, depois de uma estreia auspiciosa (derrota pela margem mínima com a outra equipa do Grupo - 3.ª do ranking inicial -, a única equipa que já assegurou o apuramento na nossa série), o caminho da equipa foi feita à imagem da (in)experiência dos seus jogadores, com altos...(folga na segunda ronda, vitória na 3.ª, pela margem mínima, frente à Dias Ferreira F, 2.ª do ranking inicial)... e baixos (empate com o Pontex e vantagem pela margem mínima sobre o Musas). No jogo com o Pontex, apesar de não termos jogado com o 4 principal, não tivemos arte para segurar os dois extremos da Vila das Aves, estrategicamente colocados no 1.º (Paulo Topa) e no 4.º tabuleiro (Jean Jacques Costa), o que valeu o único resultado positivo, até ao momento, desta equipa. E a vitória sobre o Musas, pela margem mínima, teve, por exemplo, um empate por afogado num final básico. Uma desatenção que só se justifica com a inexperiência do Eduardo.
Chegámos assim à 6.ª e penúltima jornada sabendo que tudo era ainda possível, desde que não houvesse mais erros.
À nossa espera estava a 4.ª equipa do ranking (1560), extremamente motivada pela vitória da última jornada sobre o GXP D por claros 3-1, numa partida "muito importante para as [suas] cores", frente a um adversário "directo na luta pelo apuramento", sendo que com essa vitória, o MCP entrou "de novo na luta pelo apuramento".
Pela nossa parte, uma vitória nesse encontro significava duas coisas: por um lado, continuariamos a depender apenas de nós próprios para alcançar o apuramento; por outro, dariamos uma bolsa de oxigénio à outra equipa do nosso clube que poderia garantir, como efectivamente fez, o seu apuramento independentemente dos resultados da última jornada.
O nosso adversário considerava que nós não "reuniamos o favoritismo", provavelmente com razão, uma vez que aos seus 4 habituais todos com elo FIDE apenas tinhamos a opor quatro jogadores sem elo.
Felizmente o elo não ganha partidas, e mesmo com uma ausência no 3.º tabuleiro - o Mário Fernandes está a brilhar em Benidorme, onde conta já com uma vitória sobre um jogador de 1910 -, o Moto Clube apresentou uma equipa com elo médio de 1560 pontos e muitos torneios e ainda mais partidas no bolso.
E, como é habitual em partidas deste género, o ensinamento do ex-campeão do mundo Karpov ganha maior relevância: "Ganha quem faz o penúltimo erro!" Ou, como se lê no blogue do MCP, registaram-se "durante as partidas, alguns volte-faces, em que quem estava pior acabou por ganhar".
Em partidas com jogadores de valor equivalente, os empates "técnicos" são superados pela concentração e espírito de luta, aspectos psicológicos de que os xadrezistas muito experientes frequentemente falam, e que nós habitualmente recebemos com algum misticismo.
No entanto, alertados para o facto, encontram-se realmente vantagens num xadrez vigoroso :P
No primeiro tabuleiro, o Rui Gonçalves (1642 FIDE) cometeu um erro no final e o Eduardo Dias (primeira época "a sério" no xadrez federado) aproveitou para vencer a partida.
No segundo tabuleiro, o Tiago Dias venceu com segurança o António Mendes (1543 FIDE).
No terceiro, o Manuel Dias teve a partida ganha contra o Afonso Duarte (1475 FIDE), depois ficou com ela empatada, mas acabou por perder, numa aceleração vigorosa do motociclista.
No último, o André Dias (o rookie da turma, em estreia absoluta no xadrez federado) empatou, em boa posição, com o Raúl Pinheiro (1578).
Agora a passagem à fase final está dependente de uma vitória frente à cabeça-de-série, cujo 4 mais forte é composto por António Rodrigues (2095), Fernando Martins (2004), Paulo Teles (1803) e Eduardo Oliveira (1800).
Os jogadores que costumam jogar mais vezes são Paulo Teles (1803), Júlio Machado (1726), Eduardo Santos (1639) e Pedro Marques (1702).
Uma boa equipa para os Dias que preferem adversários mais fortes!