domingo, 6 de julho de 2008

Eu bem queria assistir às provas...


Esta semana decorreram no Hotel AS Lisboa os Torneios de Mestres e de Honra. Ontem e hoje, no mesmo local, joga-se a Final 4 da Taça de Portugal, na qual participa o Grupo de Xadrez do Porto.

Daí que, na semana passada, quando estive em Lisboa a realizar a segunda bateria de exames, tivesse decidido que, se passasse à terceira e última fase - que seria ontem - iria ficar alojado no Hotel daquelas competições. A minha ideia era assistir à última jornada dos torneios de Mestres e de Honra na sexta e ver a final da Taça de Portugal domingo, já que no sábado teria que realizar o meu exame.

Consultei a página do hotel - onde só estão divulgados os preços praticados... em 2006!! (€70,50 o quarto duplo) - mas, como tinha lido o Aditamento ao Regulamento da Taça de Portugal e sabia que a FPX tinha protocolado com o hotel condições especiais para acompanhantes, enviei um email à Federação na madrugada de quinta-feira.

Nesta mensagem perguntava se as condições especiais de alojamento para acompanhantes (€ 65,50 por quarto duplo, com pequeno-almoço) eram extensíveis a pessoas sem qualquer ligação às equipas, apontando que sou jogador federado e sócio do GXP.

Logo no início da manhã de quinta-feira, a FPX respondeu-me, informando-me que sendo sócio do GXP e xadrezista reunia condições para beneficiar daquelas condições.

Respondi ainda naquela manhã, uma hora depois de receber o email, alertando para um pormenor que me pareceu importante e que não tinha informado antes: que o motivo principal da minha ida a Lisboa era a realização de um exame no sábado à tarde; que apesar de ser sócio do GXP, não iria assistir à meia-final nem à final da Taça; que o meu interesse pela estadia não era devido à Taça de Portugal mas aos torneios que estavam a decorrer. Terminava solicitando confirmação de que podia beneficiar das ditas condições.

Na sexta-feira à tarde, antes de ir para Campanhã, sem ter podido concluir a reserva do alojamento via FPX, tentei fazê-lo no site do hotel. Todavia, o link "Reservas Online" só pisca: quando é accionado dá uma mensagem de erro!
Ainda assim, apontei o n.º de telefone do Hotel, para onde liguei. Contudo, ninguém atendeu o meu telefonema.

Chegado ao Oriente, apanhei um taxi. Destino: Hotel AS Lisboa, na Av. Almirante Reis. Quando lá cheguei vi, logo no átrio, uma tela com partidas e, numa mesa, em frente a um computador portátil, estava o Jorge Guimarães. (Que na meia-final de ontem, aviou o Joaquim Brandão de Pinho, num encontro em que o Vale de Cambra limpou o GX Porto pela margem máxima).


Nos próximos dias vou tentar anotar esta partida que me parece muito interessante.

Infelizmente, isto foi tudo o que vi das provas nos breves instantes em que estive no Hotel.

É que, apesar de ser um cliente altamente motivado para ali pernoitar, coisa que já tinha planeado desde há vários dias, o senhor que me atendeu conseguiu convencer-me a não querer lá ficar, nem que me pagassem.
Depois dos cumprimentos da praxe, questionei o senhor da recepção sobre a lotação do hotel, tendo sido informado que havia quartos livres. Entretanto, como estava a atender uns hóspedes, pediu-me para aguardar. Passados uns instantes, fui atendido por um colega seu que, depois de confirmar novamente que havia quartos livres, me disse bruscamente que "para esta noite só lhe posso fazer € 125 pelo quarto duplo".

Absolutamente surpreendido com a diferença de preços, perguntei se havia alguma razão especial para aquele preçário. Que não, respondeu-me com alguma rispidez, que era o preço para aquela noite.

Aquela conversa à laia de segurança de discoteca a negociar o consumo mínimo não me caiu bem. Mas pior ficou quando o informei que esse preço era muito diferente daquele que estava anunciado no site e das condições protocoladas com a FPX. O funcionário desdenhou esses preços: "Mas falou com a Federação?" Sim, embora não ao ponto de ter acertado a reserva e efectuado o pagamento, disse-lhe, notando o aceno de cabeça e a contracção da face naquela última parte.
"Pois então nada feito", grunhiu ele. E à minha réplica que acentuou que me estava a propor o dobro do preço, limitou-se a empertigueitar "Olhe, por que é que não reservou na internet?"

Mais pela atitude do que pelo conteúdo - se bem que a pergunta é idiota: ele devia saber melhor do que eu que o site do hotel não está funcional na parte das reservas! -, limitei-me a trocar um olhar com a minha namorada e tendo percebido que nenhum de nós estava para aturar aquele cromo, limitei-me a dizer "olhe, até à próxima!" e, pegando na mala, saimos.

Metemo-nos no metro em direcção ao Rossio e a sorte sorriu-nos, e de que maneira, logo no primeiro hotel em que entrámos: o Métropole, em plena Praça do Rossio.



A entrada do Métropole é bastante sóbria. Uma porta não muito larga, protegida por um toldo arqueado com o nome do Hotel, dá acesso a um corredor estreito. As únicas informações disponíveis são de que se trata de um hotel de 3 estrelas e que a recepção fica no primeiro andar. Todavia, a entrada, apesar de exígua, é toda em granito o que lhe dá um ar acolhedor.

Chegados à recepção, ficamos a saber que havia um quarto livre e que o melhor preço possível era o tabelado para empresas - € 100. Ainda assim, a Irene disparou um desarmante "Diga-me sinceramente: aqui à volta, conseguimos dormir por menos desse preço?".

Talvez surpreendido, ao olhar para aqueles dois turistas carregados e já com gotas de suor no rosto, o senhor da recepção foi de uma atenção extrema. Pegou no telefone e começou a ligar para a concorrência, para ver se havia quartos livres com preços para um jovem casal. E na verdade arranjou! Mas aquela atitude foi decisiva para lá ficarmos.
E foi a melhor decisão que podiamos ter tomado.
Tendo manifestado a nossa intenção de ali pernoitar, o recepcionista deu indicação para que nos mostrassem o quarto, e , dizendo que apenas fez o que gostava que lhe fizessem a ele, informou-nos que ainda iria falar com a responsável máxima do hotel.


Subimos ao terceiro andar eo quarto era absolutamente FA-BU-LO-SO, enormíssimo, com vista para a Praça do Rossio e com o Castelo em fundo.

Regressámos à recepção para confirmar a estadia, caso a Directora do Hotel não visse inconveniente em que ficássemos no único quarto livre. E para essa ocasião estava reservada a cereja no topo do bolo: fomos brindados com um desconto sobre o preço de empresa, especialmente autorizado pela responsável máxima do estabelecimento. Quando voltámos ao quarto e vimos o preço "normal" para a "época alta" que tinha começado no dia 1 de Julho... verificámos que o preço que nos fizeram equivalia a um desconto de 50% face ao preço tabelado para esta época do ano.

Programado não poderia ter corrido melhor.
Acabámos por jantar na baixa, onde também demos umas voltas, e com o passar do tempo e um exame no dia seguinte, a chatice que tinha ocorrido no AS Lisboa acabou por se tornar numa pequena peripécia anedótica e o xadrez deixou de ser prioridade. Se bem que mesmo neste particular, fiquei servido:


Não vêem um tabuleiro de xadrez no chão da Sala de Estar do Métropole? =D
(e no móvel dos livros e dos jogos estava lá um jogo de xadrez, em plástico, pequeno mas jogável)

Não é uma das hipóteses analisadas na Ala de Rei mas não deixa de ser um caso curioso em que as circunstâncias afastaram da modalidade dois espectadores altamente motivados...
Quanto à reserva via FPX, ainda hoje aguardo pelo email da federação que confirme a minha estadia no local da prova.

E quanto ao concurso, que finalmente terminou - 6 meses e 8 provas após o seu início -, correu bem, embora provavelmente não o suficiente: correu bem porque das 1300 almas que o iniciaram, fiz parte das 183 que chegaram ao fim por nunca ter tido classificação inferior a 10; não o suficiente porque é provável que não consiga uma das 99 melhores classificações, as únicas que garantem desde logo uma vaga no curso que se inicia em Setembro. Resta esperar mais umas semanas...

Entretanto, a partir do próximo fim de semana, podemos retomar os nossos encontros de xadrez "offline". E já sabem: mesmo que a FPX continue a organizar as provas na Av. Almirante Reis, vale a pena ficar no Métropole. Até porque não vos disse tudo mas podem ficar com uma ideia se vos disser que ficarão por cima do Café Nicola, em frente à pastelaria Suiça e ao lado do Teatro Nacional D. Maria II...

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente tem óptimo aspecto :)

Tiago F. Pinho disse...

WYSIWYG!

Em Roma sê romano: o webmaster de um blogue não diz qualquer coisa como "não usei o photoshop nas imagens"! :P



(what you see is what you get)