Apuramento do candidato ao título mundial
Topalov confirma favoritismo frente a Kamsky
18.02.2009 - 20h18 Jorge Guimarães
Bastaram apenas duas partidas para o búlgaro Veselin Topalov se adiantar no marcador no duelo à melhor de oito jogos, para apuramento do candidato ao título mundial de xadrez, que está a travar na capital do seu país natal, Sófia, frente ao americano Gata Kamsky.
Se Topalov, o líder do ranking mundial da modalidade, era já considerado favorito, hoje esse prognóstico foi fortalecido, não só pelo resultado em si mesmo mas pela forma como foi obtido, de negras e com aparente facilidade. Basta dizer que na posição de abandono, ao 32.º lance, Kamsky tinha já praticamente esgotado o tempo de reflexão disponível – duas horas para os primeiros 40 movimentos – enquanto Topalov só consumira 80 minutos.
A partida iniciou-se com a escolha de uma variante pouco comum da defesa espanhola o que desde logo apanhou de surpresa Kamsky, obrigado a gastar muito tempo na procura da justificação para o sacrifício de um peão que esta variante implica, enquanto Topalov demonstrava estar ainda em terreno conhecido, replicando de imediato às jogadas do americano.
Partida rapinada à Casa do Xadrez
A partida adquiriu um cariz altamente táctico, com Kamsky a tentar construir um ataque directo ao rei enquanto as negras respondiam com manobras de centralização. Ao 17.º lance, o americano optou por um ambicioso plano, mas que permitia um contragolpe mortífero, envolvendo o sacrifício de dama - no entanto, também passou despercebido a Topalov, que continuava a jogar com enorme rapidez.
Depois deste erro duplo, a partida passou por uma fase de simplificações, com Kamsky a parecer assumir o controlo da posição, quando Topalov voltou a surpreendê-lo com um inusitado sacrifício de peça ao 21.º lance. O americano voltou a mergulhar em profunda cogitação acabando, erradamente, por recusar o sacrifício.
A sua última oportunidade para manter o equilíbrio desperdiçava-se e, a partir daqui, a vantagem de Topalov não parou de crescer: as peças de Kamsky descoordenavam-se, o espaço restringia-se e, para piorar tudo, o tempo esgotava-se. Ao 32.º lance, Kamsky decidia pôr fim à tortura e abandonava. A terceira partida disputa-se hoje, com Topalov a conduzir as brancas.
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