quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jogamos com menos uma??

Esta estória das Olimpíadas não deixa de surpreender.


A equipa titular feminina, em 2006.


Na equipa feminina, o samba não é para pé de chumbo:

- Começou com a Bianca Jeremias a ser preterida de forma nada consensual;
- A jogadora Armanda Plácido foi a quinta nomeada, pelo que é (era?) a nossa suplente;
- A xadrezista suplente, que actualmente não tem clube (fonte: AXP), foi nomeada capitã;
- No site oficial das Olimpíadas não consta essa qualidade;
- Mas no site da FPX tal é reafirmado hoje;


Agora, a última "curiosidade", retirada de um dos últimos posts na página da Federação:

"A comitiva portuguesa que partiu para a Alemanha é constituida por Armanda Plácido, capitã da selecção feminina e chefe da comitiva (...) Este grande evento mundial decorre de 13 a 25 de Novembro. Armanda Plácido representará a FPX no Congresso da FIDE, que decorrerá de 17 a 25 de Novembro também em Dresden."

Ou seja, Armando Plácido é capitã (jogadora, ainda que suplente) da selecção feminina e chefe da comitiva. Vai, pois, ter funções administrativas e de jogadora, entre 13 e 25 de Novembro, neste grande evento mundial.
Mas também vai representar a FPX no Congresso da FIDE, de 17 a 25 de Novembro.

Das três, uma: ou tem o dom da ubiquidade, ou está concentrada na equipa e no tabuleiro e não no Congresso, ou está no Congresso e não está na Olimpíada.

Certo que podia não ter aceite tantas funções. Mas, como muitas vezes se ouve no Tribunal das Antas, "a culpa não é só tua, também é de quem te pôs aí". Todavia, como, no caso, a capitã, jogadora, chefe e representante, também é vice-presidente do órgão que convoca as selecções, isto é mesmo uma grande confusão. Felizmente, estará para breve a publicação, e posterior entrada em vigor, do novo Regime Jurídico das Federações Desportivas que, segundo consta, poderá aliviar alguns dirigentes: parece que deixará de ser permitido acumular cargos directivos na Federação com cargos directivos em Associações Distritais. E, na mesma lógica, será imposta a limitação de mandatos. Quando sair no Diário, logo se verá quais são as novidades.

Agora, voltando à Olimpíada, se abafar uma só pessoa com tantas funções já era desaconselhável, parece um disparate ENORME dar-lhe outra, com esta dimensão, num Congresso que já é conhecido como o das Reformas, mesmo que se garanta a rotatividade da equipa apenas nas primeiras 4 partidas (quatro! até dia 17 jogam-se 4 das 11 rondas previstas)!!!
Como é que a estratégia é a capitã e chefe de comitiva passar a part-time, mesmo antes de o torneio chegar a meio? Jogamos com menos uma jogadora mais de metade da prova?
Se já era duvidoso mandatar o capitão da selecção masculina para o Congresso, quanto mais uma jogadora. Enfim, peripécias e curiosidades que ainda conseguem surpreender mesmo depois de todo o processo convocatório.


E como até o acaso brinca com os jogadores, quem é que repara na particularidade desta foto que ilustra o post do site da FPX e que passou, seguramente, despercebido ao webmaster?


Alguns elementos da comitiva que partem do aeroporto de Lisboa.


Dica 1: Não se trata da ausência do GM Fernandes ou da Bianca Jeremias.
Dica 2: É uma espécie de "Descubra as diferenças", entre as duas fotos deste post.
Dica 3: José Manuel Meirim, no Colectividade Desportiva, sobre questão semelhante, escreveu: (...) Sobre o Conselho Nacional do Desporto, seus normativos, composição, funcionamento e resultados, já muito escrevi noutro local. Hoje, algo motivado pelos resultados alcançados no último plenário, realizado terça-feira passada, destaco o seu logotipo. Esse sinal distintivo do CND usado em cartazes, na página da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, em pastas, cadernos de rascunho(??), folhas e for aí fora, é - não se duvide - apelativo, de bom gosto. Adivinha-se uma inspiração, um ponto de partida, dado o carácter nacional do órgão: a bandeira nacional. Nada mais adequado. Contudo, uma visão comparativa mais atenta constata uma diferença. O leitor verá com facilidade. (...) Ou será mais um sinal de que aquilo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita?

2 comentários:

Anónimo disse...

Claro que estão trocadas as cores, conforme foram trocados os jogadores que deviam integrar a selecção. Mas, isso deve ser um pormenor de somenos.
Afinal uma república das bananas, ou dos bananas,precisa de uma bandeira para quê ?

Tiago F. Pinho disse...

É, a coisa foi do avesso ;)