Fonte: AXP - Decorreram em Peniche, a 16 de Novembro, os Campeonatos Nacionais de Jovens de 2008/2009 em xadrez semi-rápido, com a participação de alguns jogadores do Porto, que alcançaram, além de outras classificações honrosas, 1 título, 2 vices e 2 terceiros lugares.
O título de campeão foi alcançado pelo jovem sub-16 JORGE JOÃO FERREIRA, do GD Dias Ferreira, escalão onde MARTA SOFIA ALVES, do Moto Clube do Porto, foi 3ª feminina.
DIANA NOGUEIRA, também do Moto Clube do Porto, sagrou-se vice-campeã feminina sub-12, escalão onde a sua colega de clube CLÁUDIA FILIPA ALVES foi a 3ª feminina.
RICARDO MARGARIDO, do GD Dias Ferreira, sagrou-se, por sua vez, vice-campeão sub-18.
Como tem sido habitual nos últimos anos, estes Campeonatos Nacionais de Jovens em ritmo semi-rápido foram muítissimo bem organizados, nesta edição pela Federação Portuguesa de Xadrez e pela Associação de Xadrez de Leiria, em parceria com a Câmara Municipal de Peniche e a Secção de Xadrez da Associação Educação Física, Cultural e Recreativa Penichense.
O único ponto negativo foi o facto, quase inacreditável, de os jogadores terem sido ordenados de acordo com uma lista de elo de Janeiro, à míngua de outra mais recente. Tratando-se, ainda por cima, de jovens com elo administrativo, logo com rápida evolução, não será exagero dizer-se que não teria sido mais aleatório ordená-los por ordem alfabética...
Tal não prejudicou a boa relação com os Campeonatos, que começou logo com o bom e atempado funcionamento do site oficial dos mesmos, complementado pela absoluta disponibilidade de António Diogo para, por email, esclarecer todas as dúvidas. Por outro lado, os protocolos celebrados com diversos hóteis e restaurantes, atempadamente divulgados, permitiu que estes Campeonatos se transformassem, pela nossa parte, num verdadeiro fim de semana de lazer.
Aliás, o cuidado da organização em bem receber foi inexcedível. Logo na acreditação, ao verificar que éramos de fora, um "laranja" nos perguntou se a viagem tinha sido boa e, informado de que tinhamos pernoitado em Peniche, quis saber se houvera algum problema com a efectivação dos ditos protocolos, oferecendo-se para ajudar no que fosse necessário. Não era, porque quer no restaurante A Sardinha quer no Hotel Praia Norte, toda a gente sabia que havia os Campeonatos de Xadrez e aplicaram-nos os preços (especiais) correspondentes.
Mas mais: durante a tarde de sábado, foi organizada uma visita cultural a Peniche para os acompanhantes dos jogadores e, para aqueles que preferiram ficar a seguir as partidas, foram postos à venda, durante a tarde, pãezinhos com chouriço. À venda estavam também os mais recentes livros dos MIs Sérgio Rocha e António Fróis que, pelo menos na equipa da Escola 31 de Janeiro, se venderam... como pãezinhos quentes!
O Pavilhão da escola estava perfeitamente delimitado: no campo de jogos, fitas da Câmara Municipal de Peniche marcavam a área de jogo de cada escalão etário, à qual estava adstrita uma equipa de arbitragem e um placard para afixação dos emparceiramentos. Foi permitido aos delegados das equipas aí permanecer nos primeiros minutos, tendo depois de ocupar a área reservada ao público, nas bancadas. Um sistema de som permitia à organização comunicar com os atletas e com o público. A comandar as hostes, além de António Diogo, estava o Árbitro Internacional Carlos Oliveira Dias, em mais uma performance que me impressionou.
Para o Ricardo, o Rui e o Tiago, a Operação Peniche começou sábado à tarde, na sede do Grupo de Xadrez do Porto, onde vários elementos da turma se juntaram. Já o Nuno e o André, seguiram com os pais e a irmã directamente para os arredores de Peniche, onde pernoitaram.
Chegados a Peniche por volta das 20h30, fomos ao hotel fazer o check in e escolhemos o restaurante A Sardinha para jantar. Comemos bem e ainda assistimos à grande festa que foi, para os locais, a vitória do Leixões sobre o Sporting. No regresso ao hotel, fizemos um pequeno desvio para saber onde ficava o local de jogo, de maneira a que, na manhã seguinte, não houvesse surpresas.
Antes do recolher, houve tempo para jogar um torneio de rápidas, todos contra todos, no bar do hotel. Infelizmente, o árbitro foi muito rigoroso e atribuiu-me a derrota em duas ou três partidas, por toque de telemóvel, pelo que fiquei em último. (Em Peniche, ou pelo menos no hotel, a caipirinha faz-se com limão, em vez de lima, e aquela é minha, e não do Rui :P)
Pormenor do local de jogo do nosso torneio de rápidas, no bar do Hotel Praia Norte, em Peniche.
Antes de dormir, tive a oportunidade de explicar ao Rui e ao Tiago que, ainda eles não eram nascidos, já eu dominava o Monopólio! Claro que o facto de não haver derrota por toque de telemóvel também ajudou... o Tiago, como se pode ver, ficou arrasado!
Quando acordámos no sábado, foi esta a bela paisagem que encontrámos quando fomos à janela. Mas como era Novembro e fazia, naturalmente, algum frio...
... optámos por experimentar a piscina interior, aquecida, com jacuzzi, do Hotel Praia Norte.
Nesta altura, a dúvida que se colocava era se, mais tarde, iriamos dar um banho aos adversários ou se eles é que nos iriam dar uma banhada.
O meu quarto, do Tiago e do Rui era um quarto-duplo-quase-triplo bastante bom. Além de ter espaço para a cama extra (que me calhou a mim, uma vez que os atletas lá fizeram valer o seu ponto de que eles é que precisavam das melhores condições... e eu dei-lhes um tareão no Monopólio, mesmo cedendo no que eles apelidavam, esfregando as mãos de contente, de "negócios da China!"), tinha um quarto de banho amplo, com banheira e poliban. O que poderia facilitar todo o esquema, e teria, não fosse o Rui ter apanhado um telefone do chuveiro contestatário que, num acto de revolta, esbracejou e quase inundou a divisão...
Seguiu-se o check out e o pequeno-almoço que nos deixou bem preparados para o Campeonato. Por esta altura descobrimos que não tinhamos sido os únicos a ter tido a excelente ideia de ter ido de véspera e ter ficado no fantástico Hotel Praia Norte. Do Porto, também lá estava o Margarido e o Mateus e, de Mirandela, estavam os irmãos Martins.
Quanto ao hotel, por € 20,00 por pessoa, era impossível ser melhor: "Localizado à entrada de Peniche, integrado num vasto parque relvado, em plena região Oeste, com uma magnífica vista panorâmica sobre a Península de Peniche, este hotel dispõe de quartos e suites com todos os confortos e comodidades, incluindo varanda privativa. Conta ainda com o restaurante "Mastro Real", o bar "Adamastor" e várias estruturas para a prática de actividades desportivas (ténis, volei, golfe e piscinas interior e exterior). - fonte: LifeCooler".
Fomos bem acompanhados e todos os serviços eram bons. Uma excelente sugestão da organização da prova!
Chegados ao local de jogo, encontramo-nos com o Nuno e o André e família. Os Campeonatos começaram com um minuto de silêncio em homenagem ao Pedro. Ao almoço, os dez elementos da vigorosa comitiva repetiram a presença n' A Sardinha que, de acordo com o site LifeCooler, "[se trata] de um espaço amplo, dividido em 2 salas. Uma das salas possui com capacidade para 85 pessoas e a outra mais pequena tem capacidade para 30 pessoas. As paredes pintadas de rosa conferem-lhe um ambiente alegre. Na comida o destaque vai para a sardinha assada, mas os restantes peixes não são esquecidos. O atendimento é eficiente. Possui uma agradável esplanada." Durante o almoço, o André e o Rui jogaram várias partidas comigo... às cegas!
Por fim, mas não por último, a prova (que também é importante)!
Os resultados, não tendo sido maus, poderiam ter sido melhores, o que se justifica com o facto de, para a grande maioria dos atletas, este ter sido o primeiro torneio da época.
O André fez 4,5 pontos e terminou em 11.º lugar, nos sub-10. Estava absolutamente "eléctrico" e essa inquietação pode ter prejudicado o seu rendimento.
Após os encontros, o André vinha à bancada mostrar a partida no nosso tabuleiro de análises. Em algumas partidas mostrou que tem um espírito vigoroso, como por exemplo nesta:
Muitos jogadores abandonariam nesta posição... O André, de brancas, não. Seguiu-se:
1. ... h5 2. Re5 h4 3. Re6 h3 4. Rf7 h2?? 5. Th3# 1-0
Nos intervalos, houve tempo para fazer alguns amigos na comitiva da Escola 31 de Janeiro, campeã mundial escolar.
O Tiago (1261) era o nosso João Alves, apesar de se descalçar nos apuros de tempo. Foi o Mestre dos Empates, forma como conquistou mais de metade dos seus 2,5 pontos. Terminou em 40.º, nos sub-14, sendo de destacar o... empate, claro... frente a João Favinha (1480), de Ferreira do Alentejo.
O Ricardo (1269) era o 29.º da lista inicial, tendo terminado em 27.º, com uma performance de 1323. Nesta foto, tirada antes do início da primeira sessão, está concentradíssimo para jogar com a Maria Inês Oliveira, da Didáxis. Destaque para a sua vitória, na 4.ª ronda, sobre Paulo Barreto (1402, B'lândia) e, na 5.ª, para o empate frente a Rui Lopes (1580, Academia de Xadrez da Benedita).
O Rui era o 24.º da lista inicial e terminou em 25.º, com os mesmos pontos do 22.º.
Numa das sessões foi o último tabuleiro a terminar a partida. Ambos os jogadores estavam em apuros de tempo e, além do árbitro do escalão, a 3 metros, suficientemente longe para não incomodar os jogadores mas suficientemente perto para ver o que se passava, estava o AI Carlos Oliveira Dias.
O Rui, que jogava com Bispo a mais, não tomou todos os peões ao adversário (ainda estamos para saber se foi intencional :P), apresentando o tabuleiro esta posição [cortesia do AI C.O.D. que a enviou, para esta crónica ser absolutamente fiel], quando a seta do adversário caiu:
Enquanto o árbitro da secção dava, correctamente, a vitória ao Rui, o AI Carlos O. Dias abeirou-se do outro (surpreso) jogador para, presumo, didacticamente, lhe explicar os delicados pormenores do "mais inábil contrajogo". É um grande árbitro.
O Nuno (1351) era o 23.º da lista inicial e terminou em 24.º, com os mesmo pontos do 22.º e uma performance de 1391 pontos de elo. Foi o nosso melhor jogador nos sub-14.
O torneio serviu também para rever alguns amigos de outras andanças.
O Ivo Dias (Didaxis) ficou em 6.º nos sub-12.
A Ana Meireles (Amiguinhos Museu Alberto Sampaio) terminou em 9.º, 1.º feminino, nos sub-16.
O regresso a casa fez-se sem sobressaltos e... sábado há mais, agora a contar para a Taça AXP.
Mais informações no site dos Campeonatos e em chess-results.
4 comentários:
Parabéns mais uma vez!!! Não param de me surpreender estas gentes do xadrez que dedicam tanto do seu tempo e saber à modalidade!!!
Adorei ler este diário :D
Eia, que domínio!
Quase tão bom, só me lembro de um Nacional de «subs» (de clássicas) em Silves (ficámos em Armação de Pêra, estavamos de férias da Páscoa e havia sol e frio... perfeito), algures nos 90s. E mesmo assim, só quase...
Ah! Lembrei-me do que ia «mesmo» dizer...
No meu primeiro nacional de subs (devia ser sub 10 ou isso), em Lisboa e no início dos anos 90, recordo que na primeira noite ficámos hospedados numa pensão de poooo tahs e homens de tez negra, com catanas e garrafas de cachaça expostas na «meeting room»! O lugar, nunca mais me esqueci, era de sua graça «GAFECO» e dava para as traseiras de um hotel alto e estilizado da capital (seria o Alfa?!).
Enfim, nós, todos à volta dos 10 anitos, lá íamos protestando como podíamos pelas condições do lugar...
«a cama tem lombas!»
«cheira a ......!» (coisa orgânica dos homens, lol...)
Alguns fizeram menção de dormir nas escadas.
Enfim, o mais absoluto @@!
Depois, no dia seguinte, mudaram-nos para outro lugar, uma pensãozita aceitável dos arredores.
E da estadia nessa... já não me lembro de absolutamente nada.
:P
Fventura,
Tempo toma algum, saber é que nem tanto.
De qualquer modo, como se aproximam alguns exames chatos, é provável que a produção blogueira caia nas próximas semanas.
Talvez possas escrever as próximas crónicas, que tal?
J,
Andámos pelas mesmas paragens.
Não reconheces a "sala de análises" da foto deste post - http://xadrezvigoroso.blogspot.com/2008/09/3-jornada-do-internacional-de-guimares.html ?
E quanto ao que querias "mesmo" dizer, no meu primeiro nacional, era eu sub-12, portanto lá para 90/91, também fiquei numa dessas pensões de ursinhas Pooo... tahs a ver?
Não sei o nome, mas recordo bem que ficava em Entrecampos, junto à Feira Popular.
A coisa foi correndo porque os meus pais me entregaram aos cuidados da avó do Tiago Silva, um pró sub-10 que se fartou de ganhar títulos nacionais mas depois trocou o xadrez pelo futebol, de maneira que a coisa sempre foi menos hard core e até deu direito a visitar o jardim zoológico.
Mais tarde, num nacional feminino jogado, em boas condições, no Hotel Embaixador, a meio da semana, a minha irmã, com 0/3, requereu a presença aqui do "mister".
Acabou, salvo erro, com 3/7, ou coisa que o valha... a chatice é que já não havia quartos no Embaixador, e calhou-me a bela Pensão Residencial Caravela: "Os donos da bola" passavam no bar, na tv, e os donos e as donas de tudo o resto passavam em todo o lado, ao vivo e em directo, com boa sonorização...
Tudo para dizer que o jacuzzi - não utilizado - foi uma boa inovação :)
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