quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ESCLARECIMENTO: Faltam 2 dias...



Em post anterior, intitulado "Faltam 2 dias...", relativo à notícia publicada na última edição do Expresso, de que constava a frase "O Grande Mestre António Fernandes acusa António Bravo, Presidente da Federação Portuguesa de Xadrez (FPX) e simultaneamente seleccionador nacional, de “tráfico de influência” por ter deixado de fora das Olimpíadas os melhores xadrezistas portugueses", escrevi que "depois de publicadas as citadas declarações num dos semanários de maior expressão nacional, uma vez que o crime de tráfico de influências (um crime contra o Estado, previsto no artigo 335.º do Código Penal) é um crime público (ie, dispensa queixa e acusação particular), não estranharia que o DIAP fosse à FPX saber se efectivamente há indícios da prática do crime...".

num outro post, havia escrito, relativamente a uma peça do Record, que ela continha "algumas imprecisões, habituais no jornalismo actual (como se costuma dizer, "só quem nunca leu nada sobre algo que conhece é que acredita em tudo o que vem escrito na imprensa")".

Tal sucedeu nesta notícia do Expresso. De tal modo que, além de entrar em contacto com a jornalista, o GM António Fernandes entendeu que deveria "informar a comunidade jornalística", o que fez através de comentário ao dito post.

Por entender que esta informação merece maior destaque e, também, para, de algum modo, minorar os efeitos daquela minha consideração sobre o DIAP (que, sendo plausível, não deixa de poder ser considerada inquietante por alguns), deixo aqui transcrito o comunicado do GM António Fernandes:



Venho por por este meio informar a comunidade xadrezista que enviei à jornalista do Expresso, responsável pela notícia saída naquele semanário no passado sábado, uma nota do seguinte teor.

Boa noite Isabel Paulo,

Li com agrado a notícia saída no Expresso, do passado sábado, a qual corresponde à situação actual da modalidade e sintetiza com clareza a forma como foram escolhidos os membros das selecções nacionais às Olimpíadas de Xadrez e, em especial, a forma incorrecta como todo o processo decorreu.

Gostaria no entanto de clarificar o texto da notícia.
A expressão «tráfico de influência» deve ser enquadrada, até porque surge entre aspas e transmite a ideia de que eu formulei a acusação tal como vem referida. Ora, não foi minha intenção afirmar a certeza de que o Presidente da FPX exerce «tráfico de influência», muito menos com o sentido jurídico rigoroso que pode estar-lhe associado.

O que afirmei, e mantenho, foi que as irregularidades cometidas e a falta de transparência do processo fazem com que as pessoas se interroguem se, por detrás disto tudo não haverá mais do que mera ausência de bom senso e de incompetência na aplicação dos regulamentos, o que já não seria pouco!

Espero ter contribuído para esclarecer a minha posição sobre este assunto.

Com os melhores cumprimentos,
António Fernandes




Neste dia em que se joga a primeira jornada da Olimpíada, aproveito a deixa para recordar a luta pela legalidade do GM António Fernandes, sublinhar que me parece que lhe assiste a razão (não em todos os argumentos mas quanto à questão de fundo: deveria ter sido efectuada nova convocatória após o Campeonato Nacional, que o incluísse, uma vez que os pressupostos de facto da anterior se alteraram nesse momento, dado que o novo campeão nacional deveria ser convocado, por inerência, nos termos do regulamento aplicável) e, se é certo que este é um daqueles casos em que não pode haver 100% de certezas, este bem pode ser um caso emblemático da fiscalização jurisdicional da actividade administrativa de uma federação desportiva.

Além de bons xadrezistas, bons torneios, boas arbitragem, bons treinadores, bons livros, boas direcções de prova, bons blogues/foruns/discussões, bons dirigentes..., o xadrez português também precisa de uma boa administração e de boa aplicação da justiça desportiva.

Sem comentários: